
A expectativa de que o plano anticrise de Barack Obama fosse aprovado na Câmara americana e as notícias sobre um projeto para resgatar o sistema bancário dos EUA ajudaram o mercado mundial a superar um novo dia carregado de más notícias. Na onda de otimismo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou 3,95% ontem, voltando a subir além dos 40 mil pontos, o que não ocorria há cerca de 20 dias. O câmbio cedeu para R$ 2,27.
Altas mais fortes foram registradas principalmente na Europa, com os bancos sendo destaque de ganhos no dia. A Bolsa de Valores de Frankfurt se valorizou em 4,52%, seguida pela de Paris, com 4,11%. A de Londres subiu 2,40%.
O entusiasmo dos investidores veio de informações de que o governo de Barack Obama trabalha para a criação de uma instituição financeira que absorveria os chamados títulos podres que perderam valor e representam dificuldades de ser negociados que estão em poder de grandes bancos (leia mais na matéria ao lado).
Em Wall Street, a alta do índice de ações Dow Jones ficou em 2,46%. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq teve resultado melhor, ao subir 3,55%.
Ontem o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) realizou sua reunião periódica de política monetária. A taxa de referência do país foi mantida em uma banda entre 0% e 0,25% ao ano, como era esperado pelos analistas.
Câmbio
No mercado de câmbio, o que se viu foi o dólar em expressiva depreciação diante do real. A moeda norte-americana encerrou a R$ 2,275, queda de 2,36%.
O Banco Central anunciou ontem que o fluxo cambial está negativo para o país em US$ 2,693 bilhões no mês, até o dia 23. Esses dados, que demonstram que mais têm saído do que entrado dólares no país, ajudam a explicar o porquê de a cotação da moeda estar resistindo em patamares elevados. Ao menos a baixa de ontem acentuou o recuo do dólar neste primeiro mês de 2009, que está agora em 2,53%.
Já a Bovespa melhorou seu desempenho no ano, após encerrar o pregão de ontem a 40.227 pontos. O índice Ibovespa, que reúne as 66 ações mais negociadas, registra alta de 7,13% em janeiro.
No dia animado que marcou o pregão, o volume financeiro girado com ações brasileiras cresceu, totalizando R$ 4,82 bilhões cifra 33% maior que a média do ano.
Na esteira da recuperação do segmento lá fora, o setor bancário brasileiro foi um dos principais destaques do pregão. A ação "unit" do Unibanco encerrou com apreciação de 8,15%; para o papel PN do Itaú os ganhos ficaram em 7,41%; e Bradesco PN subiu 4,62%. A ação ordinária do Banco do Brasil se apreciou em 2,50%.
Outro destaque foi a Petrobras, beneficiada também com o petróleo em alta. O barril do produto subiu 1,39% em Nova Iorque, para US$ 42,16. Com quase 25% do total negociado no pregão, as ações da Petrobras tiveram valorização de 5,43% (preferenciais) e 7,40% (ordinárias).



