Bovespa sobe mais de 2%, ajudada por bolsas dos EUA. Dólar recua

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Com notícias favoráveis a detentores de ações de algumas empresas brasileiras e o bom humor no mercado internacional, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve alta de 2,42% nesta terça-feira, fechando com 35.819 pontos e volume financeiro de R$ 2,452 bilhões.

A terceira maior alta do índice foi dos papéis ordinários da Telemar, que subiram 6,48%, para R$ 67,30. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a participação de acionistas detentores destes papéis, desde que também tenham ações preferenciais da empresa, na assembléia que decidirá sobre a reestruturação da operadora .

Além disso, reduziu a exigência de quórum mínimo de acionistas de 50% mais um para 25%, caso as duas primeiras tentativas de convocação de assembléia sejam frustradas. Com isso, crescem as expectativas de sucesso na realização da assembléia.

- Como na relação de troca de ações proposta pela empresa cada ação ordinária equivaleria a cerca de 2,62 vezes o valor do papel preferencial, essas primeiras ações subiram muito. Houve uma tentativa do mercado de ajustar o preço dos papéis a esta proporção - explicou o analista de investimentos do banco Modal, Eduardo Roche.

Segundo ele, a expectativa de que a Brasil Telecom faça uma operação similar, de pulverização de seus papéis, impulsionou os negócios. Os papéis da empresa tiveram a maior alta do Ibovespa, subindo 8,79%, para R$ 25.

Outra decisão da CVM ajudou a melhorar a disposição dos investidores. A autarquia determinou que a estrangeira Mittal faça uma Oferta Pública de Ações aos minoritários da Arcelor Brasil . A exigência segue o anúncio da gigante da siderurgia sobre a fusão com a Arcelor na Europa. Com isso, as ações da empresa na Bovespa subiram 7,12%, para R$ 36,70.

O superintendente de vendas do BES Securities, Ricardo Schneider, lembra que indicadores positivos da economia americana impulsionaram os mercados no exterior, o que também contagia a bolsa brasileira.

A confiança dos consumidores americanos subiu para 104,5 em setembro, contra 100,2 em agosto. A expectativa de analistas era de que o indicador ficasse em 102,3 no mês.

- Hoje assistimos à retomada de vários setores, como o imobiliário, com destaque para a alta dos papéis de Cyrela (7,98%), Gafisa (2,32%) e Duratex (7,60%). Neste caso, há a perspectiva de retomada de crédito para a construção no ano que vem - avaliou.

Setores ligados a commodities também se recuperavam. Os papéis preferenciais da Petrobras subiram 2,08%, para R$ 39,10. As ações da Vale do Rio Doce, por sua vez, tiveram alta de 2,67%, para R$ 38.44. Juntos, esses papéis têm cerca de 25% do Ibovespa.

No cenário externo, as bolsas européias refletiram as melhorias das perspectivas em relação à economia americana, e fecharam em alta. Nos Estados Unidos, Dow Jones teve pontuação recorde no ano de 11.669,4, com alta de 0,81%. O Nasdaq, por sua vez, subiu 0,55%, para 2.261,34, enquanto o S&P registrou ganho de 0,75%, para 1.336,34.

O real se valorizou 1,22% frente ao dólar, que encerrou o dia cotado a R$ 2,1930. Apesar de uma operação de compra do Banco Central no mercado à vista, que poderia pressionar as cotações do dólar para cima, a instituição monetária decidiu rolar apenas US$ 220 milhões em contratos de swap cambial . O valor corresponde à metade do inicialmente previsto e faz com que haja sobra de dólares no mercado.

O risco-Brasil teve queda de mais de 3%, ou oito pontos base, para 242 pontos centesimais. No mercado futuro de juros, contratos com vencimento em janeiro de 2008, os mais líquidos, projetavam taxa de 13,640%, com redução de 0,09 ponto percentual.