• Carregando...

São Paulo – O Bradesco informou ontem ter comprado, por cerca de R$ 800 milhões, o banco BMC, que tem forte atuação no segmento de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS – entre abril e dezembro de 2006, sua carteira cresceu 69%, ou R$ 427 milhões. A aquisição inclui as subsidiárias BMC Asset Management, BMC Previdência Privada e Credicerto.

A carteira de crédito consignado do Bradesco após a compra do BMC deve chegar a cerca de R$ 4 bilhões, projetou o presidente do banco, Márcio Cypriano, em teleconferência com jornalistas. Desse total, R$ 2,3 bilhões correspondem a operações já existentes nos dois bancos (R$ 1 bilhão do BMC), enquanto o valor restante se refere a aquisições de crédito de outras instituições que já estão no balanço do Bradesco.

O pagamento aos atuais controladores do BMC será feito com ações emitidas pelo Bradesco correspondentes a aproximadamente 0,94% do seu capital social. A carteira de crédito do BMC soma R$ 2 bilhões – 58% correspondem a empréstimos com desconto em folha de pagamento; 18%, a operações de financiamento e leasing de veículos; e 24%, a empréstimos comerciais para pequenas e médias empresas.

"Apresenta altos níveis de excelência operacional, dado seu diferenciado arcabouço tecnológico, o qual permite o gerenciamento de relacionamento e da carteira consignada, bem como a sua ampla experiência e seu alto conhecimento dos riscos operacionais deste segmento", diz o Bradesco em fato relevante enviado à Bovespa. "A incorporação proporcionará ao Bradesco uma plataforma escalável no segmento de maior crescimento do mercado de crédito ao consumidor do país, bem como o reforço da presença de financiamento em empresas de pequeno e médio porte."

A concretização da operação depende de aprovação do Banco Central e dos resultados de uma "due dilligence" (auditoria) a ser concluída no primeiro semestre deste ano. Não haverá, por enquanto, alteração nos serviços oferecidos, no atendimento a clientes e na estrutura administrativa do BMC.

Estrutura

Por atuar em um segmento diferenciado, o Bradesco manterá a marca e boa parte da estrutura do BMC, mas trará as operações de backoffice para dentro do banco, segundo Cypriano. O empréstimo feito pela instituição a aposentados do INSS tem valor médio de R$ 1,5 mil sendo que 90% desses clientes se valem do prazo de 36 meses para o pagamento, segundo a vice-presidente do BMC, Andrea Pinheiro, que permanecerá à frente dos negócios.

Cypriano destaca que a operação contribuirá para que o banco reforce a atuação em crédito consignado. Segundo o executivo, trata-se de uma área difícil e cujos resultados demoram para aparecer. "Queimamos etapas", resumiu. Ao ser questionado se a estratégia de aquisições visa a recuperação da liderança entre os bancos privados, perdida para o Itaú no ranking elaborado pelo Banco Central, o executivo foi taxativo: "Já somos o maior banco privado do país."

A operação anunciada pelo Bradesco foi a primeira importante no setor bancário em 2007. No ano passado o adquiriu as operações da American Express no país por US$ 490 milhões. No final de 2005, levou o controle do Banco do Estado do Ceará. O Itaú, principal concorrente do Bradesco, não tem ficado atrás: em maio, adquiriu as operações do BankBoston no país por US$ 2,2 bilhões.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]