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O Bradesco enviou sinais mistos ao mercado, com o forte lucro do terceiro trimestre contrabalançado pela piora da qualidade da carteira de empréstimos, que também voltou a ter fraca expansão e provocou queda da previsão de crescimento em 2014.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido do período subiu 26,5% ante igual período de 2013, a 3,875 bilhões de reais. O resultado veio mesmo após efeito contábil negativo de 598 milhões de reais gerado pelo colapso do português Banco Espírito Santo, no qual o Bradesco tinha 3,9% do capital.

Em bases recorrentes, o lucro foi de 3,95 bilhões de reais, avanço de 28,2% na comparação anual. O número veio pouco acima da previsão média de sete analistas consultados pela Reuters, de 3,849 bilhões de reais.

O ciclo de fraca expansão dos empréstimos, refletindo a estagnação da economia brasileira, voltou a aparecer, com avanço de apenas 7,7% dos financiamentos em 12 meses, a 444,195 bilhões de reais. O crédito para varejo subiu 8,6%, enquanto a de empresas evoluiu 7,2%Com isso, o banco reduziu a previsão de alta de sua carteira de crédito em 2014, de 10 a 14% para 7 a 11%. Em pessoas físicas, a projeção de incremento caiu da faixa de 11 a 15 para 8 a 12%. Já para o setor corporativo, a estimativa recuou de 9 a 13 para 6 a 10%.E, mesmo com foco em linhas consideradas mais seguras, como imobiliária e consignado, o Bradesco viu o índice de calotes acima de 90 dias subir a 3,6% no trimestre, ante 3,5% no fim de junho e 3,6% em setembro de 2013.

Assim, a despesa com provisões para perdas com inadimplência somaram 3,348 bilhões de reais entre julho e setembro, avanço de 16,2% ante igual etapa do ano passado.

Em relatório, o banco atribuiu esse avanço ao "agravamento do nível de risco de casos pontuais, ocorridos em operações com clientes corporativos, que se iniciou no segundo trimestre".

Por outro lado, o Bradesco viu um avanço de 13,3% das receitas com tarifas e serviços, a 5,639 bilhões de reais, e também elevou a previsão de aumento nesta linha em 2014, da faixa de 9 a 13 para a de 11 a 14%.

O banco também elevou a estimativa para alta da margem financeira com juros, do intervalo de 6 a 10 para o de 9 a 12% em 2014.

O movimento na margem pode revelar preocupação em manter o nível de rentabilidade. No terceiro trimestre, o retorno do Bradesco sobre patrimônio líquido (ROE), que mede como bancos remuneram o capital de seus acionistas, foi de 20,4%, ante 18,4% no terceiro quarto de 2013, mas levemente abaixo dos 20,7% de três meses antes.

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