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O acordo assinado nesta quinta-feira (26) pelas estatais de petróleo do Brasil e do Chile, a Petrobras e a Enap, poderá aumentar a participação brasileira no mercado chileno, afirmou presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na capital chilena, Santiago. Ao lado da presidente Michele Bachelet, Lula enfatizou que "a Petrobras e a Enap vão juntar forças para buscar gás e dar mais segurança energética aos nossos países".

O acordo prevê a exploração, industrialização e comercialização de hidrocarbonetos pela Petrobras no Chile. Com isso, a Petrobras poderia ocupar o lugar deixado pela Argentina com suas idas e vindas nas ofertas de gás ao país andino, sempre pendentes do consumo doméstico argentino. Há dois anos, o Chile vem sofrendo severos cortes de gás da Argentina, por ordens do presidente Nestor Kirchner, cuja prioridade é atender a demanda doméstica, antes de exportar o produto.

Além deste, outros oito acordos foram assinados entre os presidentes Lula e Bachelet, nas áreas de turismo, ciência e tecnologia, proteção à mulher, saúde, segurança social, diplomacia e biocombustíveis. O objetivo do acordo de biocombustíveis é promover parcerias entre empresas dos dois países para o desenvolvimento de tecnologia e a abertura de usinas de produção de álcool e biodiesel.

Mútua descoberta

O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira que os empresários brasileiros e chilenos "precisam se descobrir". "Espero que, com o acordo entre a Petrobras e a Enap, essa situação possa se equilibrar porque é gratificante ver nossas empresas fincarem suas bandeiras em outros países e contribuir para o seu crescimento", disse. Para o presidente, há muito mais investimentos chilenos no Brasil do que o contrário.

Lula também defendeu a criação de um "centro de pensamento" entre Brasil e Chile para que, diariamente, possam ser pensadas estratégias de desenvolvimento. Em discurso em Santiago, o presidente brasileiro disse ainda considerar importante a criação de uma Universidade da América latina. Para ele, os países latino-americanos precisam aprender "a andar de cabeça erguida" e também o respeito, "porque se nos respeitamos, se nos valorizamos, certamente seremos respeitados".

Apoio para Conselho de Segurança

A presidente chilena também fez um discurso em defesa da região e enfatizou que Ela destacou que a amizade entre Brasil e Chile é antiga e está baseada em dois pilares: "Somos dois países democráticos com profundo respeito aos direitos humanos e ao estado de direito e praticamos vigorosos programas sociais".

Bachelet classificou a visita de Lula ao Chile como um ato de "renovação dessa aliança". Bachelet renovou também o apoio chileno ao Brasil para ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. "O Chile apóia o Brasil para ocupar o assento permanente nas Nações Unidas", ressaltou. Ela também reivindicou a conclusão das negociações da rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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