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Depois de subir três posições no ranking dos países que mais receberam investimento estrangeiro direto em 2011, passando do oitavo pra o quinto lugar, o Brasil começa a "perder o brilho" aos olhos dos investidores internacionais, segundo pesquisa divulgado nesta quinta-feira (5) pela Unctad, Conferência das Nações Unidas (ONU) para o Comércio e Desenvolvimento.

Com um aumento de 37,4% nos ingressos de recursos externos (investimentos diretos estrangeiros, IDE) em 2011, que somaram US$ 66,7 bilhões, o Brasil deixou para trás Cingapura (US$ 64 bilhões), Reino Unido (US$ 53,9 bilhões) e Ilhas Virgens (US$ 53,7 bilhões). No topo da lista dos países que mais receberam recursos externos aparecem os Estados Unidos (US$ 226,9 bilhões em IDE), China (US$ 124,0 bilhões), Bélgica (US$ 89,1 bilhões) e Hong Kong (US$ 83,2 bilhões).

Os dados são do World Investment Report (WIR 2012), divulgado hoje pela Unctad. Junto com o relatório anual, a Unctad publicou uma pesquisa feita junto a 400 executivos de grandes multinacionais sobre as economias mais atraentes para se investir nos próximos dois anos. E aí, o Brasil que vinha ganhando posições nos últimos quatro anos, perdeu uma posição. Caiu do quarto lugar, no ano passado, para o quinto neste. A Indonésia agora é o quarto destino mais citado pelos executivos.

Para Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), entidade responsável pela divulgação da pesquisa no Brasil, embora o país continue a aparecer em posição de destaque entre os destinos mais atrativos para o investimento, os dados acendem uma "luz amarela".

"No longo prazo, o Brasil começa a perder um pouco o brilho como destino dos investimentos estrangeiros", afirma ele, observando que as perspectivas de crescimento menor para a economia brasileira explica em parte essa relativa perda de interesse pelo Brasil.

O levantamento da Unctad mostra que houve também uma retração importante dos investimentos das multinacionais brasileiras lá fora. Em 2011, essas empresas repatriaram líquidos (excluídos as remessas de investimentos) US$ 12,6 bilhões. "O Brasil não foi exceção neste movimento de recuo de investimento externo, mas foi uma queda importante pelo histórico do país. Foi também o maior recuo entre os países emergentes", disse Lima.

A Sobeet projeta que o investimento estrangeiro para o Brasil este ano some US$ 50 bilhões, 25% menor do que no ano passado, enquanto que o fluxo total de IED no mundo deve alcançar US$ 1,6 trilhão, com aumento de 5%, segundo projeção da Unctad.

Para o período entre 2012 e 2014, a agência da ONU projeta uma alta de 25% no fluxo global de investimentos estrangeiros, que atingiriam US$ 1,91 trilhão, superando o recorde anterior, de US$ 1,7 trilhão de 2007, antes da crise global.

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