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Brasil é emergente com tarifa de celular mais cara

Valor cobrado no país, superior a US$ 120 mensais, está acima do dobro da média das 78 nações que constam em estudo da ONU

Conexão sem fio ainda é falha nas cidades que vão receber Copa | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Conexão sem fio ainda é falha nas cidades que vão receber Copa (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

O Brasil tem a tarifa de celular mais alta entre os países emergentes, em pacote que inclui tráfego de dados. É o que aponta estudo realizado pela ONU, baseado em dados de 2009 fornecidos pela fabricante Nokia Siemens. Dos 78 países pesquisados, apenas no Brasil e no Zimbábue o preço médio mensal do pacote – que inclui 165 minutos de conversação, 174 mensagens de texto, uma mensagem de foto, um download de toque e 2,1 megabytes em transferência de dados – tem custo acima de US$ 120 (R$ 199). Esse preço é maior que o dobro da média cobrada nos outros países, que é de US$ 46,50 (R$ 77).

De acordo com o documento, existe uma grande variação de preços.

Em algumas nações, como Bangladesh, Índia e China, é possível encontrar pacotes por menos de US$ 20 por mês, en­­quanto em outros isso não é possível por menos de US$ 100. Em 2008, último dado disponível, do total pago pelo usuário de telefonia celular nos países emergentes, 79% correspondem ao serviço prestado pelas operadoras, 14% aos impostos e apenas 7% aos aparelhos.

Devido ao custo, a penetração de celular no mercado brasileiro reflete as desigualdades regionais. Uma das conclusões do relatório é de que o acesso aos celulares é inversamente proporcional à renda da região. Dos estados brasileiros, o Maranhão é o que tem menor penetração de celulares, com menos de 44 aparelhos para cada 100 habitantes. Esse número está bem abaixo da média brasileira, de 90 aparelhos para cada 100 pessoas. Por outro lado, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul possuem, em média, mais de um aparelho por habitante. O maior índice de penetração de telefones móveis está no Distrito Federal, com 159 celulares para cada 100 pessoas.

Pobreza

Os números fazem parte de um estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) que mostra que os acessos à informação e às tecnologias de comunicação estão aumentando entre os mais pobres. Os dados mostram que o número de celulares para cada 100 habitantes nos países emergentes cresceu de 2, em 2003, para 25, em 2009. Um dos fatores que explicam o incremento de acesso é a maior facilidade de implantação de rede sem fio em relação à telefonia fixa, especialmente em áreas rurais.

Segundo o estudo, além de prover maior acesso à informação, esse crescimento beneficia as economias através da criação de empregos pelas indústrias de tecnologia. Além disso, há a redução de custos das pequenas e microempresas que podem, por exemplo, fazer transações bancárias mais baratas pelo telefone, em locais com acesso limitado a agências. Para a ONU, os governos devem garantir que a população tenha rede de cobertura disponível para usar o celular, além de aumentar o acesso ao tráfego de dados em alta velocidade.

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