A presidente Dilma Rousseff justificou a recente alta do dólar no mercado brasileiro como resultado da política monetária dos Estados Unidos e lembrou que o Brasil tem grandes reservas internacionais, que chamou de "bala na agulha", para lidar com essa turbulência. Em entrevista por telefone a rádios de Belo Horizonte, a presidente disse também que a situação fiscal do país é "muito boa".
A declaração da presidente rompe o silêncio dela sobre o assunto e, primeira vez após a recente disparada do dólar, lembrou que o País tem reservas cambiais que servem como colchão contra a volatilidade da moeda norte-americana. Dilma disse que a valorização não se deve à economia brasileira, mas ao início do desmonte da política de afrouxamento monetário do Banco Central dos Estados Unidos (FED).
"Aqui (o fim do afrouxamento) não impacta da mesma forma que em outras economias porque temos reservas em dólar e estamos entre os países com o maior volume de reservas do mundo, com um colchão de US$ 372 bilhões. Temos bala na agulha e nossa política é de dólar flexível; você não fica defendendo posição", afirmou a presidente. Dilma lembrou que o governo entrou no mercado cambial com o anúncio de operações até o final do ano no mercado futuro feito na semana passada, "para atenuar a volatilidade e suavizar as oscilações" e ratificou: "não temos meta para o dólar".
A presidente voltou ainda a repetir que o quadro internacional é de muito baixo crescimento e que, mesmo diante desse cenário, o mercado de trabalho tem uma situação "muito boa" comparado ao que acontece no mundo. "Temos estoque de trabalho elevado e cada vez mais as pessoas precisarão de qualificação". "Queremos manter o crescimento no Brasil, apesar do quadro internacional", concluiu.
Sobre inflação, Dilma substituiu o discurso no qual se gabava de o indicador de julho ter sido o mais baixo dos últimos anos e afirmou que "a inflação dos alimentos caiu de forma significativa em julho" e que a inflação é cíclica. "Sabemos que a inflação no Brasil é cíclica, com seis meses de tendência alta e seis meses de baixa."



