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O consumo de produtos supérfluos cresceu 9,2% no país nos primeiros oito meses do ano e é um dos responsáveis pelo bom desempenho dos supermercados na alta de quase 10% registrada pelas vendas do comércio.

De acordo com a pesquisa de varejo da consultoria ACNielsen, a cesta de perecíveis, que abrange os produtos supérfluos, cresceu em volume (9,2%) neste ano, com expressivos aumentos em quase todas as categorias, principalmente em sorvete (17,9%), requeijão cremoso (12,4%) e queijo (12%). Em valor, a variação média da cesta é de 6%. Os preços, na média, apresentaram queda de 2,9%.

- Observamos que os alimentos perecíveis, o sorvete, o requeijão, o queijo, a carne congelada e os embutidos, que em geral são mais caros, foram os que mais cresceram na cesta do consumidor. Com a melhoria da renda, da massa salarial, de uma forma geral, e o crédito fácil acaba liberando ele para consumir produtos mais caros. Consumir produtos que de repente não cabiam no seu bolso - avalia Olegário Araújo, gerente de pesquisas de Varejo da ACNielsen.

De acordo com números do IBGE, de janeiro a setembro de 2007, o rendimento médio real do trabalhador brasileiro está em R$ 1.123,66, o maior valor para o período desde 2003.

O segundo maior crescimento vem da cesta de bebidas alcoólicas (7,1%), a mais importante em faturamento, com 20,6% das vendas do varejo. O aumento é impulsionado por cervejas (7,5%), aguardente (4,3%) e whisky (9,2%). Esta última categoria registra aumento em valor de 13,8%, principalmente em função das vendas do whisky importado como reflexo da desvalorização do dólar frente ao real.

Araújo observa que, além do fator conveniência, esse aumento de 17,9% nas compras de sorvete estão ligadas a questões climáticas, como um inverno mais quente, e ao distanciamento dos temores de apagão.

Fator tempo também influencia

De acordo com a pesquisa da AC Nielsen, o fator tempo também estaria associado ao fato do bom desempenho do varejo nesses oito meses de 2007. Tanto assim que á alta é maior nas regiões metropolitanas, onde o tempo tende a ser ainda mais escasso. no aumento das vendas nas grandes metrópoles, que crescem acima da média de 3,2%. Na Grande São Paulo, o crescimento é de 6,3% e na Grande Rio, 5,6%.

-São alimentos que ele pode consumir mais rápido e que ajudam a equacionar o maior problema de hoje, que se chama tempo. As pessoas querem comprar isso perto de casa, o que é uma oportunidade para as lojas menores - avalia Olegário Araújo, gerente de pesquisas de Varejo da ACNielsen.

Olegário Araújo afirma ainda que a pesquisa, que abrange 881 mil lojas no país, entre supermercados, mercearias, lojas de conveniência, postos de conveniência, farmácias e bares, destaca o médio varejo como o grande motor do crescimento das vendas. O motivo seria justamente sua maior conveniência.

Segundo o estudo, o pequeno varejo permanece estável, enquanto pequenos e médios mercados têm o melhor desempenho (+5,5% e 7,1%, respectivamente), sobretudo em Perecíveis, categoria na qual o crescimento é de 14,2% e 14,4%.

- As pessoas estão comendo mais fora de casa. E quando saem do trabalho, querem comprar tudo no caminho, produtos que tenham preparo rápido. Por outro lado, o varejo está muito atento, a oportunidade está no varejo com menor número de caixas, que, por sua vez, procura diversificar seu sortimento. Como sabe que o consumidor está buscando economia de tempo, tem oferecido mais itens do que no passado - acrescenta.

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