Parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento durante a pandemia cresceu acima da média mundial.
Parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento durante a pandemia cresceu acima da média mundial.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um estudo sobre insegurança alimentar apontou que a parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30% em 2019 para 36% em 2021, atingindo novo recorde da série histórica iniciada em 2006. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A pesquisa fez um comparativo com os últimos dados disponíveis sobre insegurança alimentar a partir do processamento do Gallup World Poll. Comparando a média simples de 120 países com o Brasil, antes e durante a pandemia, a insegurança alimentar subiu 4,48% a mais por aqui do que no conjunto de países. Essa é a primeira vez que a insegurança alimentar brasileira supera a média mundial.

Ainda segundo o estudo da FGV, o aumento da insegurança alimentar entre a parcela 20% mais pobres da população no Brasil durante a pandemia foi de 22%, saindo de 53% em 2019 e chegando a 75% em 2021, nível próximo ao Zimbawe (80%), país com maior insegurança alimentar da amostra. Já os 20% mais ricos do Brasil experimentaram queda de insegurança alimentar de 3%, indo de 10% para 7%, pouco acima da Suécia (5%), o país com menor índice de insegurança alimentar.

“Na comparação com a média global de 122 países em 2021, nossos 20% mais pobres tem 27% a mais de insegurança alimentar enquanto nossos 20% mais ricos apresentam 14% a menos. Altos níveis e aumentos de desigualdade de insegurança alimentar brasileira por renda são também encontrados por níveis de escolaridade”, diz a pesquisa.