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O valor calculado pelo impostômetro representa a soma de todos os impostos pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais desde o início do ano.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo Gazeta do Povo

A população brasileira já pagou R$ 2,5 trilhões em impostos neste ano. É o que registra o Impostômetro, painel instalado no edifício-sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro histórico da capital paulista. O valor foi alcançado nesta quarta-feira (16), às 3:07 da manhã. A marca foi registrada com aproximadamente 40 dias de antecedência em comparação a 2021, quando o mesmo montante foi atingido apenas no dia 20 de dezembro.

O valor calculado pelo painel representa a soma de todos os impostos pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais desde o início do ano. Entram na contabilidade tributos, taxas e contribuições, incluindo as multas cobradas pelos governos em âmbito federal, estadual e municipal.

De acordo com o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a antecipação da marca está relacionada aos efeitos da inflação, uma vez que os tributos indiretos, tais como ICMS, incidem sobre o preço final. Além disso, esse resultado também se explica por fatores como a recuperação da atividade econômica e bons resultados de grandes empresas.

“O maior crescimento da arrecadação ocorreu na esfera do Governo Federal, que fica com cerca de 66% da tributação total, embora redistribua parcela dessa receita para estados e municípios. Além da carga tributária da ordem de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), muito elevada para um país emergente como o nosso, onde os contribuintes têm ainda um alto custo para pagar os tributos, além de se sujeitar a multas, devido à complexidade da tributação. Precisamos ficar atentos para que o novo governo, a pretexto de simplificação, ou de corrigir distorções, acabe por aumentar a carga tributária”, diz Solimeo.

O economista avalia ainda que a arrecadação seria maior se não tivesse ocorrido, nos últimos meses, a redução das alíquotas dos tributos sobre energia, telecomunicações e combustíveis, que têm peso relevante na receita dos estados.