O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) é o autor da PEC dos combustíveis.
O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) é o autor da PEC dos combustíveis.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), autor da PEC dos combustíveis, rebateu nesta terça-feira (8) as criticas feitas pelo ministro da Economia Paulo Guedes ao projeto. A PEC vem sendo chamada de "kamikaze" pela equipe econômica. Fávaro afirmou que "kamikaze é a política econômica" do governo federal. A proposta permite que União, estados e municípios reduzam tributos sobre os preços de diesel, biodiesel, gás e energia elétrica em 2022 e 2023, sem necessidade de compensação. Outra PEC com conteúdo semelhante tramita na Câmara dos Deputados.

"Precisa de medida compensatória para dar equilíbrio e para isso precisa de dinheiro, por isso sugeri o uso do dividendo da Petrobras da parte da União e os royalties da venda de poços de petróleo do pré-sal previstos para 2022", disse o senador à Folha de S. Paulo. Fávaro afirmou ainda que Guedes não pensa na população.

"Ele nunca se preocupou com os mais humildes, ele não apresentou uma proposta que pudesse atender os mais humildes que voltaram a cozinhar com lenha. Ele não apresentou uma proposta de processo de controle racional de preços de combustível sem ferir o mercado", disse. O favorito para relatar a matéria no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), também criticou a atuação do ministro e o apelido dado à PEC.

"Faz uma peripécia para poder desviar o foco que é a fome e o país empobrecendo cada vez mais. Eu acho que ele é inábil. Ele é tão inábil que ele não constrói estabilidade. Ao invés de construir convergências, busca dissenso", afirmou Silveira. Nesta terça, o chefe da Economia classificou o texto como uma "insensatez".

"É uma bomba fiscal. Seu custo poderá chegar a R$ 110, 120, 130 bilhões ao ano", afirmou Guedes. "Além disso, ela acaba por financiar muita coisa que não é para financiar, como gasolina de avião e helicóptero e lancha de milionário, gasolina de carro de passeio, além de não ser verde. Vai ser o inverso de tudo o que estamos fazendo, no sentido de reduzir os subsídios", ressaltou o ministro.