Mercadante
Presidente do BNDES diz que concessão de subsídios existe no mundo todo e que tem “sentido histórico relevante.| Foto: Isaac Fontana/EFE

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu nesta segunda (15) a concessão de subsídios a setores do mercado como forma de incentivar a produção a reagir a investidas externas. Ele citou que Estados Unidos e União Europeia estão adotando o benefício via taxa de longo prazo (TLP) para conter uma “ameaça da China”.

“Os americanos viram que estão ameaçados pela China e estão buscando reagir, fazendo subsídio para transição energética, transição digital, reindustrialização, microprocessadores e atração de indústrias”, disse ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em registro do jornal O Estado de São Paulo.

Mercadante disse que os subsídios existem em todas as economias do mundo e que, se bem aplicados “no que é prioridade, discutidos com transparência, têm sentido histórico e relevante”. O economista ainda criticou a taxa básica de juros a 13,75% e o suposto uso fiscal a que o banco teria se tornado nos últimos anos.

De acordo com ele, o BNDES se tornou um “instrumento parafiscal para tirar recurso da economia e beneficiar o Tesouro. Mesmo os neoliberais deveriam parar para ver se esse é o papel de um banco. Virou imposto disfarçado”. Ele afirmou ainda que, só em novembro do ano passado, o banco repassou R$ 45 bilhões ao Tesouro, e que pretende diminuir o volume de transferência.