A Petrobras emitiu um comunicado para explicar o reajuste nos preços dos combustíveis anunciado na última semana.
A Petrobras emitiu um comunicado para explicar o reajuste nos preços dos combustíveis anunciado na última semana.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras emitiu um comunicado nesta sexta-feira (18) para esclarecer o reajuste nos preços dos combustíveis anunciado na última semana. Na nota, a empresa argumenta que o mercado internacional de petróleo enfrenta elevada volatilidade em razão da Covid-19 e do conflito entre Rússia e Ucrânia e diz que segurou os preços. “Somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, implementamos ajustes nos preços de venda às distribuidoras de gasolina, diesel e GLP”, diz a empresa. Segundo a nota, os aumentos repassados representam apenas parte da elevação dos valores praticados no mercado internacional.

Em outro trecho da nota, a Petrobras cita a redução nos níveis dos preços internacionais, diz que tem “sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade”, mas não fala sobre um eventual repasse da queda de valores, afirmando apenas que mantém o monitoramento diário do mercado. Tanto o presidente Bolsonaro quanto o presidente da Câmara cobraram publicamente a revisão do reajuste. Rodrigo Pacheco chegou a mencionar a função social da estatal.

Confira abaixo a nota na íntegra:

Nos últimos meses, o mercado internacional de petróleo vem enfrentando elevada volatilidade, tendo a COVID-19, seus impactos e incertezas, como pano de fundo. Mais recentemente, as tensões geopolíticas na Europa adicionaram mais uma componente de volatilidade, tendo culminado com a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro.

Em um primeiro momento, apesar da disparada dos preços internacionais, nós da Petrobras, ao avaliarmos a conjuntura de mercado e preços conforme governança estabelecida, decidimos não repassar de imediato a volatilidade, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo. Somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, implementamos ajustes nos preços de venda às distribuidoras de gasolina, diesel e GLP.

Os valores aplicados naquele momento, apesar de relevantes, refletiam somente parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, que foram fortemente impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia.

Esse movimento da companhia foi no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que, antes da Petrobras, já haviam promovido ajustes nos seus preços de venda, e necessário para que o mercado brasileiro continuasse sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras.

Seguimos todos os ritos de governança e buscamos um equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo que evitamos repassar para os preços internos as volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

Esse posicionamento permitiu que os preços nas nossas refinarias tenham permanecido estáveis por 152 dias para o GLP, e 57 dias para a gasolina e o diesel, mesmo nesse quadro de ascensão do preço internacional.

Nos últimos dias, observamos redução dos níveis de preços internacionais de derivados, seguida de forte aumento no dia de ontem. Nossa Companhia tem sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade e mantém monitoramento diário do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade, não podendo antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes de preços.

Seguimos em ambiente de muita incerteza, com aumento na demanda por combustíveis no mundo, num momento em que os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia impactam a oferta, gerando uma competição no mundo pelo fornecimento de produtos, o que reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto.