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O ministro brasileiro Guido Mantega e o ministro da Economia da China, Lou Jiwei, assinam memorando em Durban, na África do Sul, durante encontro do Brics. países acordaram criar um banco nos moldes do Banco Mundial | EFE / Str
O ministro brasileiro Guido Mantega e o ministro da Economia da China, Lou Jiwei, assinam memorando em Durban, na África do Sul, durante encontro do Brics. países acordaram criar um banco nos moldes do Banco Mundial| Foto: EFE / Str

O grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciou nesta terça-feira (26) que chegou a um acordo para a criação de um banco de desenvolvimento comum destinado a financiar projetos de infraestrutura. A medida foi anunciada em Durban, na África do Sul, onde o grupo está reunido para discutir como manter o crescimento no meio da crise econômica internacional. A instituição terá os mesmos moldes do Banco Mundial e deve financiar o grupo de países emergentes. Cada um deverá destinar US$ 10 bilhões para formar o capital inicial do novo banco, que deverá chegar a US$ 50 bilhões. O banco centrará as ações no financiamento de infraestrutura e atuará em concorrência direta com o Banco Mundial.

Durante o encontro, também foi discutida a criação de um fundo, estimado em US$ 100 bilhões para ajudar países com problemas financeiros.

FMI dos Brics

O anúncio oficial da criação do "FMI do Brics", que será o primeiro resultado concreto desde que o grupo foi oficialmente criado, em 2006. A presidente Dilma Rousseff, ao lado dos líderes da Rússia, Índia, África do sul e China, deve apresentar o Arranjo de Reservas Contingenciais, uma espécie de cheque especial no valor de US$ 100 bilhões para ser usado em caso de crises financeiras. O arranjo seria uma alternativa dos Brics ao FMI.

Na visão do governo, essa seria uma prova de que o Brics não é apenas uma sigla criada pelo economista Jim O'Neill, da Goldman Sachs, mas uma organização que dá resultados concretos. O arranjo de reservas é semelhante ao acordo de Chiang Mai, entre Japão, China, e países asiáticos, de US$ 250 bilhões.O FMI do Brics poderá ser acionado quando houver uma crise de liquidez e o país tiver dificuldades para financiar suas necessidades porque não consegue crédito internacional.

Para empréstimos de mais de 20% do valor da cota a que tem direito cada país, o Fundo Monetário Internacional atuará como consultor para avaliar a saúde financeira do país, mas não terá nenhum papel na governança do banco. Segundo fontes do governo, a criação do arranjo e do banco do Brics não têm nada a ver com o acirramento da crise europeia, pois vêm sendo negociados há mais de 10 meses.

O FMI tinha o discurso de que os países emergentes não deveriam continuar acumulando reservas, porque colaboravam para os desequilíbrios globais, e deveriam contar com o FMI como um pool global de reservas e contribuir mais com recursos para o Fundo. O Arranjo contingencial é um pool de reservas -mas apenas dos Brics e para os Brics. O próximo passo será a criação do banco dos Brics -esse seria uma alternativa ao banco Mundial. Mas a constituição do banco é mais complicada e a instituição pode demorar para sair do papel.

O banco teria capital de US$ 50 bilhões, mas o potencial de empréstimos totais poderia chegar a US$ 500 bilhões. A meta é ter uma boa classificação de risco para poder captar nos mercados internacionais a custos baixos.

Infraestrutura

Um dos grandes objetivos do banco será financiar obras de infraestrutura nos Brics. "É necessário termos o banco dos Brics, porque embora já haja outras estruturas de financiamento multilaterais, eles não dão conta das necessidades que temos", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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