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| Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

 O rompimento da barragem de Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, vai interromper o ciclo de altas na Bolsa e vai abrir espaço para uma maior volatilidade. É o que apontam especialistas do mercado financeiro ouvidos pela Gazeta do Povo. “No curto prazo penaliza o cenário otimista”, diz Glauco Legat, analista-chefe da Necton Corretora. 

 Até a quinta-feira, o Ibovespa - o principal termômetro do mercado acionário brasileiro - acumulava uma alta de 7,3%, motivada pelo bom humor em relação às reformas. Mas, na sexta, com o pregão parado por causa do feriado em comemoração à fundação de São Paulo, serviu para frear o bom humor. 

 “Travou momentaneamente o crescimento do Ibovespa”, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais. 

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 O que também pode se esperar nos próximos dias, de acordo com ele, é um cenário de maior volatilidade. Isto se deve ao peso dos papéis da Vale no Ibovespa: 10,9%. “Para o bem ou para o mal, desdobramentos sobre a mineradora virão e isso impactará nas ações da empresa e, por reflexo, no índice.” 

 “Uma correção, com a realização de lucros, era previsível”, diz o analista Lucas Lima, da Toro Investimentos. “Agora, com o episódio de Brumadinho, esta correção tende a ser maior.” Ele estima que o Ibovespa possa voltar ao patamar dos 93 mil pontos. Nesta segunda, o Ibovespa fechou a 95.443 pontos

 Pontos de atenção

Mas não é só para a Vale que o mercado acionário está atento. Outro tema que está no radar dos investidores é a reforma da Previdência, que ganha força com o retorno das atividades no Legislativo.  “Se não houver uma costura eficiente de um acordo entre o governo e o Congresso, a bolsa pode cair mais”, diz Lima, da Toro.

Segundo Legat, um bom termômetro do que vai acontecer daqui para frente será a eleição das mesas diretoras da Câmara de Deputados e do Senado 

Outro fato que pode pressionar a Bolsa no curto prazo são os resultados das empresas no quarto trimestre de 2018. Os balanços estão começando a sair do forno e podem mostrar um maior ou menor aquecimento da economia. 

 Cenários mantidos

“O cenário não mudou por causa da Vale”, destaca Pedro Guilherme Lima, supervisor de research da Ativa Investimentos. Segundo ele, o movimento de queda na Bolsa nesta segunda - retração de 2,29% - pode ser atribuído quase que integralmente ao desempenho dos papéis da mineradora. 

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Mas para 2019, ele aponta que o cenário permanece favorável para a bolsa. “Temos as reformas da Previdência e as privatizações como os maiores impactos no curto prazo”, diz Lima, da Ativa.

A Necton Corretora projeta que o Ibovespa chegará a 114 mil pontos ao final do ano, o que corresponde a uma valorização de 19,44.% em relação ao fechamento desta segunda.

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