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OMC

Bush liga para Lula para discutir comércio

Presidente americano concorda que é preciso intensificar diálogo sobre a Rodada de Doha

O presidente americano George W. Bush telefonou nesta segunda-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, durante cerca de 20 minutos, conversaram sobre a importância de a Rodada de Doha ser bem-sucedida. Bush concordou com a avaliação de Lula sobre a necessidade de intensificar o diálogo na Organização Mundial do Comércio.

Segundo o Palácio do Planalto, Bush observou que seu país fez recentemente uma proposta em relação às negociações e disse esperar que a reunião de ministros em Genebra, marcada para fim de junho, chegue a um bom termo. Bush retornou uma ligação feita por Lula há alguns dias.

Na conversa, Lula manifestou preocupação com o impasse nas negociações da Rodada de Doha e sugeriu a necessidade de um impulso político nessas discussões. Lula reiterou o discurso de que os vários países envolvidos têm que fazer a sua parte e que o Brasil está pronto a dar sua contribuição se os outros fizerem o mesmo. Nesse sentido, referiu-se à necessidade de aproveitar a reunião de Genebra para tentar um avanço, mas sinalizou que, se isso não ocorrer, o assunto poderá ser tratado diretamente pelos chefes de Estado, muito provavelmente na reunião do G-8 na Rússia, em julho.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Frederick Jones, confirmou que os dois presidentes expressaram a importância do êxito na Rodada de Doha, observando que seus respectivos negociadores comerciais tinham instruções para buscar um acordo que "seja benéfico para todos".

- O presidente Lula reconheceu e agradeceu ao presidente Bush a liderança que tem demonstrado na OMC - afirmou.

As negociações comerciais da Rodada de Doha para o Desenvolvimento foram lançadas em 2001 com o objetivo de impulsionar a economia global e de retirar da pobreza milhões de pessoas através da redução das barreiras comerciais.

No entanto, reiteradas vezes as conversações foram interrompidas por causa da diferença dos países ricos e pobres sobre quem deveria reduzir primeiro suas barreiras comerciais e em que medida.

No momento, a agricultura e a indústria são os temas principais na sede da OMC, em Genebra, onde equipes de funcionários dos 149 países membros se esforçam para chegar a um acordo antes do fim do mês. Esse entendimento deveria estabelecer como serão reduzidas taxas e subsídios.

Em outubro de 2005, Washington oferecera reduzir os subsídios agrícolas se outros países cortassem suas taxas de importação.

Bruxelas, sede da União Européia, disse que as demandas agrícolas americanas eram pouco realistas e pediu ao governo de Washington que propusesse reduções maiores nos subsídios agrícolas.

Semana passada, Bush pedira que a Europa superasse as diferenças políticas entre seus estados membros e reduzisse suas taxas às importações.

O presidente americano afirmou que o G20, grupo de países em desenvolvimento liderados pelo Brasil, tinha que fazer o mesmo na área de manufaturados, uma vez que os EUA já estavam "preparados para tomar uma decisão dura junto com eles".

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