• Carregando...
Logo após o pedido judicial, em agosto, analistas cogitaram a venda de publicações da Abril como parte do processo. No fim, a operação inteira foi vendida. | Reprodução/
Logo após o pedido judicial, em agosto, analistas cogitaram a venda de publicações da Abril como parte do processo. No fim, a operação inteira foi vendida.| Foto: Reprodução/

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do Grupo Abril, da família Civita, para a Cavalry Investimentos, do empresário Fábio Carvalho, das redes de lojas Casa & Vídeo e Leader, sediadas no Rio.

Ao analisar o caso, a superintendência-geral do órgão antitruste concluiu que a operação “não tem o condão de causar prejuízos à concorrência nos mercados de atuação das partes no Brasil”.

O parecer foi assinado nesta terça-feira (8) pelo superintendente-geral, Alexandre Cordeiro Macedo. Segundo Macedo, a decisão é final, sem necessidade de avaliação do plenário do conselho.

De acordo com o parecer, o Grupo Abril atua no ramo de comércio de revistas, livros e publicações e as empresas de Fábio Carvalho não operam nesse setor. Por isso, diz o Cade, o negócio “não levanta grandes preocupações no que diz respeito à defesa da concorrência”.

LEIA TAMBÉM: Aberta para negócios: Caixa fará oferta de subsidiárias em busca de sócios privados

A família Civita fechou o negócio por um valor simbólico, de R$ 100 mil. O parecer do Cade é uma etapa importante para a conclusão da venda.

O Grupo Abril tem uma dívida de R$ 1,6 bilhão, sendo dois terços com Itaú, Bradesco e Santander, e está em recuperação judicial desde 16 de agosto.

As dívidas trabalhistas do Grupo Abril, que incluem débitos com jornalistas, gráficos, pessoal administrativo, entre outros profissionais, estão em cerca de R$ 90 milhões, o que significa apenas 5,6% do total.

A empresa diz que vai quitar integralmente as dívidas trabalhistas até o limite de 250 salários mínimos por pessoa – o equivalente a R$ 238,5 mil. O débito seria pago ao longo de 12 meses após a aprovação do plano de recuperação. Funcionários cuja indenização supere esse patamar receberiam apenas 8% do total em parcelas mensais durante 18 anos.

LEIA TAMBÉM: Voltados para instituições, fundos patrimoniais podem ser saída em casos como o do incêndio do Museu Nacional

Carvalho, que é advogado, tem um histórico de assumir empresas em dificuldades para buscar eventual retomada. Para viabilizar a nova compra, ele tem o suporte da Enforce, do BTG Pactual, que conversa com os três bancos para adquirir com desconto a dívida de R$ 1,1 bilhão.

Antes de se lançar como empresário com a Casa & Vídeo, Carvalho atuara em diversos processos de recuperação de empresas realizados pela consultoria Alvarez & Marsal, onde trabalhava. A primeira foi a companhia aérea Varig, e a última, a própria Casa & Vídeo.

Ele deve assumir em fevereiro como presidente-executivo do Grupo Abril, no lugar de Marcos Haaland, sócio da mesma Alvarez & Marsal que foi chamado para iniciar a recuperação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]