O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, informou nesta quinta-feira que abrirá um processo administrativo para determinar a responsabilidade de 18 empresas nacionais e estrangeiras em supostas irregularidades em contratos de trens e metros concedidos entre 1998 e 2013.
Entre as empresas que serão processadas figuram a francesa Alstom, o canadense Bombardier, a espanhola CAF, a americana Caterpillar, a japonesa Mitsui, a alemã DaimlerChrysler e a sul-coreana Hyundai Rotem. Ao todo, funcionários dessas companhias são acusados de participação.
Pelos cálculos do Cade, os 15 projetos em que teriam ocorrido as fraudes somariam juntos um valor próximo a R$ 9,4 bilhões.
De acordo às investigações que levaram à abertura do processo administrativo, as empresas acertavam as ofertas que apresentariam em diversas licitações, a fim de que todas resultassem beneficiárias nos negócios.
Os casos teriam ocorrido em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, de acordo à informação divulgada pelo Cade. Nesses estados, as empresas também teriam subornado dezenas de funcionários públicos, que teriam ajudado a amanhar os processos de licitação.
"Os participantes do cartel teriam dividido as licitações entre eles e simulado a competição nos certames, por meio, por exemplo, da combinação prévia dos valores das propostas comerciais a serem apresentadas pelas empresas e consórcios concorrentes", informa o comunicado do Cade.



