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A decisão, segundo o banco, está ancorada no “momento atual do mercado” | Antônio More / 
Gazeta do Povo
A decisão, segundo o banco, está ancorada no “momento atual do mercado”| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

A Caixa Econômica Federal confirmou nesta quinta-feira (1) o adiamento da abertura de capital da sua seguradora, a Caixa Seguridade. A decisão, segundo o banco, está ancorada no “momento atual do mercado” e o martelo foi batido ao longo desta semana.

Os bancos envolvidos na operação já haviam sugerido o adiamento com o respaldo de que uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) neste momento, de forte aversão ao risco, significaria, na prática, um grande desconto no valor da companhia.

A previsão inicial era de que o IPO ocorresse no fim de outubro e movimentasse R$ 10 bilhões, segundo fontes. No entanto, se a oferta fosse levada adiante, no atual ambiente, a cifra poderia cair para menos da metade, conforme as mesmas fontes.

Antes mesmo da piora no cenário, com a perda de selo de bom pagador do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P), o IPO da Caixa Seguridade em outubro já estava em xeque visto que um atraso nas negociações para renovação antecipada do contrato de exclusividade para a venda de seguros com os sócios que controlam a companhia, a CNP Assurances, havia comprometido a realização da operação nessa janela. Os franceses chegaram a ofertar R$ 10 bilhões para renovar o contrato de forma antecipada, mas, não atingiram um consenso com o banco público na forma de pagamento.

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Mais IPOs

No momento, há dois IPOs em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além de Caixa Seguridade, o ressegurador IRB Brasil Re também planejava sua oferta para este mês, mas a emissão também foi adiada, segundo fontes. Neste caso, se o mercado tiver uma melhora, a oferta poderá acontecer em dezembro, última janela possível neste ano. As duas operações foram lançadas no contexto do ajuste fiscal proposto pelo governo e, com as postergações, são duas receitas anteriormente contabilizadas para 2015 que podem não se concretizar.

Os IPOs no Brasil são muito dependentes de estrangeiros, que na média histórica acabam ficando com cerca de 70% das ações ofertadas. No entanto, como muitos players já dão como certo a perda de mais um selo de bom pagador pelo Brasil, muitos investidores com mandatos que restringem investimentos nessa situação já começam a se posicionar para essa realidade.

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