O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ironicamente na quarta-feira que o "camarada" George W. Bush, presidente dos EUA, se comporta como um radical de esquerda ao intervir em grandes bancos por causa da crise financeira.
"Bush agora está à minha esquerda", disse Chávez, que já nacionalizou diversos setores da economia venezuelana. "O camarada Bush anunciou que (o governo dos EUA) vai comprar ações de bancos privados."
O presidente venezuelano, que em ocasiões anteriores já se referiu a Bush como bêbado e diabo, acusou-o na quarta-feira de estar perdido diante da crise, repetindo como um papagaio as palavras de seus assessores, mas sem compreender as novas políticas que dão ênfase à intervenção estatal na economia.
"Estou convencido de que ele não faz idéia do que acontece", disse Chávez, que atualmente negocia a nacionalização de um banco espanhol na Venezuela.
O presidente diz que as estatizações permitem que o Estado redirecione as companhias para que beneficiem os mais pobres em vez de apenas darem lucros a seus acionistas.
O governo Bush, que defende políticas de livre-mercado em toda a América Latina, resistiu durante semanas a intervir nos bancos. Mas, diante do agravamento da crise financeira, recuou nesta semana e apresentou um plano de 250 bilhões de dólares para isso.
Washington acusa Chávez de tentar implantar uma ditadura, mas o presidente venezuelano é muito popular entre ativistas antiamericanos dentro e fora do seu país.
Apesar das diferenças ideológicas e dos atritos diplomáticos, que já levaram à recente expulsão mútua de embaixadores, a Venezuela continua sendo um importante fornecedor de petróleo para os EUA.
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