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Roberto Campos Neto
Mercado prevê um déficit de até 0,8% das contas públicas, mas Campos Neto acredita em um resultado melhor.| Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda (4) que o governo federal tem condições de superar o déficit primário estimado pelo mercado financeiro para este ano, que é de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), contra a meta de se zerar o rombo nas contas públicas com uma tolerância de até 0,25%.

De acordo com ele, apesar das dúvidas dos analistas de mercado quanto à viabilidade dessa meta, é possível que o governo apresente um resultado fiscal melhor do que o previsto.

“O número fiscal [estimado] do mercado é ruim, mas eu acho que a chance vai ser para melhor, o governo tem condições de apresentar um resultado que surpreenda para melhor”, afirmou durante uma reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Campos Neto ressaltou que o país enfrenta um cenário fiscal restrito e que o crescimento econômico não pode depender exclusivamente do setor público. Segundo o chefe da autoridade monetária, as projeções para o PIB têm sido subestimadas e houve um movimento de revisão para cima do crescimento econômico a partir de 2024.

Campos Neto também abordou o cenário inflacionário pós-pandemia, observando que o Brasil está passando por um processo de “desinflação” após o aumento das taxas de juros. Ele mencionou que, embora os preços dos alimentos e da energia tenham contribuído para a alta da inflação durante a crise sanitária, houve uma desaceleração posterior.

No entanto, ressaltou que a inflação de serviços permanece elevada devido à escassez de mão de obra em todo o mundo. “A parte [da inflação] de serviços está bastante alta, bem longe da média”, afirmou ressaltando que os salários começaram a “pressionar” a inflação dos serviços, mas que “nada hoje acende a luz vermelha”.

Em relação à política monetária, o presidente do BC destacou que a maioria dos países, incluindo os emergentes, tem expectativas de queda nas taxas de juros. Ele afirmou que, apesar do possível atraso nos cortes de juros nos Estados Unidos, os mercados têm se mantido estáveis devido ao crescimento econômico surpreendente em várias regiões.

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