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O grande trunfo do álcool de cana-de-açúcar para conquistar consumidores ao redor do mundo é sua eficiência em reduzir as emissões de gases do efeito estufa. De acordo com estudo da Comissão Européia sobre o tema, o uso do etanol brasileiro leva a emissões 89% menores do que as da gasolina. Esse balanço não chega a 100% porque a produção de cana exige o uso de combustíveis e fertilizantes que também poluem.

Os biocombustíveis europeus são menos eficientes. O álcool de beterraba leva a uma redução de 40% nas emissões, enquanto o combustível feito com cereais apresenta um ganho de 49%. Atualmente, o item mais eficiente produzido nas usinas européias é o biodiesel feito com rapeseed, com redução de 51%. Essa espécie de canola é hoje a principal matéria-prima usada na Alemanha e está sendo introduzida na Itália.

Os cenários traçados para os biocombustíveis na Europa incorporam uma nova tecnologia que é capaz de rivalizar com o etanol de cana-de-açúcar. Centros de pesquisa e empresas emergentes estão investindo na conversão de madeira e restos de lavouras em combustíveis líquidos, também chamados de "segunda geração". Já existem processos desenvolvidos em laboratórios capazes de transformar celulose em álcool, por exemplo. A expectativa é que essa segunda geração, com eficiência acima de 90%, chegue à escala industrial nos próximos cinco anos.

"A participação das empresas européias na meta de 10% de biocombustíveis em 2020 vai depender da penetração da segunda geração no mercado", afirma Karin Retzlaff, da Associação Alemã da Indústria de Biocombustíveis. Os investimentos na área contam com apoio governamental e em alguns casos são tocados por gente grande. Volkswagen e Shell formaram uma operação conjunta no ano passado e investiram em uma empresa do setor na Alemanha. Se bem-sucedida, essa segunda geração limitaria a entrada de competidores estrangeiros no mercado europeu.

O Brasil não está fora da corrida pelos biocombustíveis de segunda geração. Um projeto da Unicamp, por exemplo, tenta transformar o bagaço de cana em álcool usando um processo químico. A previsão é que em dois anos a tecnologia entre em escala industrial.

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