
São Paulo - O destino das operações da General Motors na Europa deve ficar nas mãos de uma fornecedora de autopeças e de um banco russo, depois que um acordo preliminar foi alcançado entre as empresas e o governo alemão, segundo pessoas envolvidas nas negociações.
O caminho para a canadense Magna e o banco estatal russo Sberbank foi facilitado depois que a Fiat desistiu de participar das reuniões com o governo alemão e a GM, reclamando das exigências de financiamento feitas pela montadora norte-americana.
Ao contrário da empresa italiana, a Magna aceitou fornecer os 300 milhões de euros de financiamento urgente que a GM afirma precisar imediatamente. Ao mesmo tempo, o governo alemão parece disposto a concordar em dar um empréstimo de 1,5 bilhão de euros para que a Opel (o nome que engloba as marcas da GM na Europa, com exceção da sueca Saab) tenha dinheiro para continuar operando.
Garantias
As autoridades alemãs querem garantias de que o empréstimo será usado para salvar os postos de trabalho e as fábricas no país (que empregam cerca de metade dos 55 mil trabalhadores da GM na Europa), em vez de parar nas mãos dos credores da montadora nos Estados Unidos. O assunto ganha ainda mais importância neste momento para o governo da chanceler Angela Merkel, uma vez que em setembro haverá eleições gerais no país.
A venda de ativos pela GM faz parte do processo da nova empresa que será formada após o pedido de concordata, que deve ser anunciado até segunda-feira. Ontem, essa medida avançou um pouco mais depois que o sindicato de funcionários norte-americanos votou a favor de receber 17,5% das ações da "nova GM" em troca da dívida que ela tem com o fundo do plano de saúde dos empregados.
Outro passo importante para que ocorra uma concordata estruturada (menos sujeita a ações na Justiça e mais rápida) pode ser anunciado na tarde de hoje, caso os credores da General Motors aceitem a proposta em que trocariam suas dívidas de US$ 27 bilhões por até 25% da futura companhia.



