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A inflação acelerou nos e atingiu o maior índice do ano em novembro. Veja no gráfico |
A inflação acelerou nos e atingiu o maior índice do ano em novembro. Veja no gráfico| Foto:

Regiões

Taxa da RMC sobe acima da média nacional

O IPCA da região metropolitana de Curitiba (RMC) subiu 1,06% em novembro, o índice mais alto em pelo menos quatro anos – o IBGE começou a publicar a atual série histórica regional apenas em meados de 2006. A taxa da Grande Curitiba também foi a terceira maior de novembro, entre as nove regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, ficando atrás apenas de Fortaleza (1,55%) e Belém (1,40%).

No acumulado de janeiro a novembro, o índice curitibano chega a 6,05%, bem acima da média nacional (5,25%) e atrás apenas da inflação acumulada em Belém (6,45%). Assim como ocorre na média nacional, os alimentos estão entre os principais responsáveis pelo aumento do IPCA em 2010 na Grande Curitiba. A alimentação fora de casa, que ficou 9,36% mais cara, e as carnes, com salto de praticamente 30%, encabeçam a lista das maiores "contribuições" à média geral. Outro reajuste importante no ano foi o da energia elétrica residencial (13,38%). Por outro lado, os preços dos combustíveis, com queda média de 1,59%, evitaram uma inflação ainda mais alta.

Fernando Jasper

Pressão de alimentos pode cair neste mês

z A pressão de alta dos preços de alimentos deve recuar, fazendo com que o IPCA de dezembro desacelere para 0,60%. É o que prevê a economista do Itaú Unibanco Laura Haralyi, em nota enviada a clientes. Para a especialista, a forte alta do grupo alimentos e bebidas, que contribuiu com 0,51 ponto porcentual para o IPCA de 0,83% em novembro, foi provavelmente o pico do impacto dos alimentos.

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BC mantém juro, à espera de efeitos do aperto do crédito

Na última reunião do governo Lula e de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve ontem o juro básico em 10,75% ao ano, em decisão unânime. Mesmo com a crescente pressão inflacionária, a taxa Selic terminará 2010 no mesmo patamar visto desde julho. Por enquanto, o BC entende que é preciso esperar o efeito das recentes medidas de aperto do crédito para avaliar eventual mudança na política de juros.

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  • Desde o início do ano, as carnes subiram 30% em Curitiba. Fatores climáticos e abate de matrizes empurraram os preços para cima

A inflação de novembro foi a mais alta em cinco anos e sete meses. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas perseguidas pelo Banco Central, os preços subiram em média 0,83% no mês passado, após subir 0,75% em outubro. A última vez em que uma leitura mensal apresentou taxa tão alta foi em abril de 2005 (0,87%).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos ficaram 2,22% mais caros e responderam por 61% do índice mensal. A maior pressão veio das carnes, cujos preços subiram 10,67% no mês, respondendo por 30% do índice cheio de inflação. Desde o início do ano, o produto acumula aumento de 26,79% no país. "O IPCA segue bastante os alimentos. Eles tiveram aumento e pressionaram o índice, que só deve se normalizar em fevereiro", destaca a gerente de pesquisa do IBGE, Irene Machado.

Por trás da pressão dos alimentos está o clima e a maior demanda mundial, sobretudo de países emergentes. A estiagem atingiu muitas regiões e obrigou pecuaristas a optar pela criação confinada de gado, sistema com custo maior que habitual. A seca, que também afetou plantações de trigo na Rússia, fez o preço do grão e de outras commodities agrícolas dispararem.

"A alimentação é suscetível ao clima. Por exemplo, seca e chuva fazem com que o pasto não esteja bom e seja necessário confinar o animal, o que encarece o processo. Além disso, muitas fêmeas foram abatidas em 2005 e 2006, fato que diminuiu a oferta do produto", explica Irene. "A carne foi a vilã do mês e possivelmente será a vilã do ano", complementa.

Outros itens do grupo alimentação que tiveram altas expressivas no ano foram o leite (17,0,4%), o feijão carioca (95,85%) e a refeição fora de casa (8,47%) – os reajustes desta última foram consequência, também, do impacto do reajuste real do salário mínimo, que pressiona os custos de restaurantes. Também exerceram forte influência no acumulado do ano as despesas com empregado doméstico, que subiram 11,02%, e colégios (6,64%).

De acordo com a gerente de pesquisa do IBGE, o IPCA só não foi maior por causa dos transportes, que funcionaram como "âncora" dos preços. De janeiro a novembro, houve aumento de 2,11% nesse grupo – que inclui combustíveis –, a segunda menor taxa entre as nove categorias de despesas analisadas.

Churrascaria

Reagindo ao encarecimento da carne, algumas churrascarias de Curitiba aumentaram o preço do rodízio, ou planejam reajustes para o início de 2011. Segundo os proprietários, a prioridade é manter a qualidade da matéria-prima, o que significa repassar parte do aumento aos consumidores.

O cardápio da churrascaria Batuira sofreu reajustes de preços. Segundo o dono do estabelecimento, Antônio Carlos Furlan da Silva, que também é proprietário de um açougue, o repasse foi inevitável. "Eu ainda consigo preço menor por causa do açougue. Mesmo assim, a carne está bem cara e o aumento nos preços foi necessário para manter a qualidade do produto e do atendimento."

Na churrascaria Jardins Grill, os preços do almoço e do jantar foram reajustados. "Apesar de exigirmos parceria dos frigoríficos, tentando bons preços agora, já que compramos deles o ano todo, não tivemos como segurar os preços", explica o gerente do estabelecimento, Elair Antônio de Oliveira.

Ele ainda reclama da dificuldade de encontrar "carne gorda" no mercado, principalmente picanha e alcatra. O resultado é que alguns consumidores estão reclamando. "Os frigoríficos não estão dando conta. Assim, estamos buscando outros fornecedores. Quando não é possível, resta explicar a situação ao cliente", afirma Oliveira.

Segundo o proprietário da churrascaria Devon´s Grill, Augusto Santos, a situação fica ainda mais complicada em dezembro, mês de muitos eventos. Mesmo assim, ele optou por não aumentar o preço do rodízio – decisão que pode ser revista em janeiro. "O negócio é tentar prazo e parceria com os frigoríficos. O problema é que existe monopólio no setor. O jeito é sentar e negociar, tentar ganhar no cansaço", diz.

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