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Janela de uma concessionária em Curitiba: novo recorde de vendas, impulsionado pelo IPI | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Janela de uma concessionária em Curitiba: novo recorde de vendas, impulsionado pelo IPI| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Os automóveis ficaram mais caros na porta da fábrica em julho, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os veículos automotores, que incluem também caminhões, subiram 0,80% em relação a junho. Como resultado, a atividade teve o segundo maior impacto no IPP do mês, de 0,09 ponto porcentual na taxa de 0,54%, atrás somente da contribuição de alimentos (0,62 ponto porcentual). Esse aumento não chegou ao consumidor – foi compensado pela redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) –, que elevou suas compras. Depois de estabelecer um novo recorde de vendas em julho, o setor alcançou neste mês um novo patamar. Até quarta-feira (faltando, portanto, dois dias úteis para o fim de agosto), foram licenciados 358.641 veículos leves, 7.231 a mais que o total vendido no mês anterior.

O IPP mede a evolução dos preços dos produtos sem impostos e fretes, portanto, não é influenciado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor durante a última medição. As montadoras aumentaram a margem de lucro enquanto os consumidores compraram a preços mais baixos por causa da isenção do IPI no varejo. "O automóvel está saindo mais caro da fábrica", afirmou Cristiano Santos, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE. "No caso de automóveis, houve tendência em julho de um aumento de margem de lucro." Os caminhões e peças para motores também puxaram o resultado do IPP em julho. A exigência na legislação de adoção de um motor menos poluente fez com que o produto ficasse mais caro. "Mudanças de tecnologia também não deveriam afetar o IPP. Porém, nós enxergamos que houve sim no caso de caminhões uma tendência de agregar valor ao produto final como um todo. É o que aparece aqui. No caso de peças, são peças para o motor, então essa agregação do motor esta ligada à motorização de caminhões", explicou Santos.

O maior da história

As vendas de agosto são as maiores da história da indústria automobilística brasileira, desde 1957, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os números de agosto confirmam uma corrida do consumidor às concessionárias para adquirir o automóvel com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, benefício que estava previsto para terminar hoje, mas acabou sendo prorrogado pelo governo federal até o fim de outubro.

A média diária de vendas nos 21 dias úteis de agosto chega a 17 mil, bem acima dos números verificados até maio, quando o IPI reduzido foi instituído. Em abril e maio, antes da medida, a média foi de pouco menos que 12,5 mil. Levando-se em conta a média diária verificada do dia 1º ao 29 de agosto, o mês deve terminar com um total de, aproximadamente, 392 mil automóveis e comerciais leves emplacados.

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