
Contrabandistas de hortaliças começam a usar o Paraguai para driblar a fiscalização fitossanitária brasileira na fronteira com a Argentina. Na madrugada de ontem, 3,5 toneladas de cebola foram apreendidas na aduana da Ponte da Amizade, limites entre Brasil e Paraguai.
A cebola, distribuída em 150 sacos, era transportada em cinco vans de placa paraguaia. O superintendente federal do Ministério da Agricultura do Paraná, Daniel Gonçalves Filho, diz que o produto, de origem argentina e sem certificado fitossanitário, foi levado ao Paraguai para depois entrar no Brasil. A tentativa é desviar da fiscalização na Ponte Tancredo Neves, onde a vistoria está mais rígida. Após ser submetida a análise para certificar se está em condições de consumo, a cebola deve ser encaminhada ao Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar).
O quilo da cebola na Ceasa de Foz está R$ 2,25 e não tem variado nas últimas semanas. O preço se mantém estável, em parte pelo contrabando do produto argentino, que é frequente na cidade e garante a abundância da oferta. Somente neste ano, os fiscais federais brasileiros apreenderam 93 toneladas de cebola na fronteira.
Esquema
A triangulação ganhou fôlego nas últimas semanas e coincidiu com a alta no preço do tomate, um produto que não costumava constar na lista do contrabando fronteiriço destinado ao Brasil. Na quarta-feira, fiscais apreenderam 100 quilos do fruto, com selo argentino, que entrariam no Brasil via Paraguai.
Os produtos saem da Argentina e vão para o Paraguai por balsas que fazem o trajeto entre Puerto Iguazú e Presidente Franco. Outra parcela chega escondida em vans, e passa pela Ponte da Amizade.



