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A confiança do consumidor alemão melhorou muito mais do que o esperado em maio, recuperando-se depois de dois meses de quedas e sugerindo que a maior economia da Europa está se recuperando lentamente após um primeiro trimestre fraco. O instituto de pesquisa Ifo informou nesta sexta-feira (24) que seu índice de confiança de negócios, com base em uma pesquisa mensal junto a 7 mil empresas, subiu para 105,7 em maio ante 104,4 em abril. Os dados superaram a mediana das previsões colhidas em pesquisa da Reuters com 40 economistas de 104,5.

Destacando como o consumo privado em particular está alimentando o crescimento doméstico, uma pesquisa separada mostrou que os consumidores alemães estão se sentindo mais inclinados a gastar mais do que em qualquer momento desde setembro de 2007.

"O sentimento empresarial está se recuperando, o sentimento do consumidor está melhorando e a Alemanha foi poupada de uma recessão dupla por um triz", afirmou David Brown, do New View Economics. "A economia alemã pode não ser uma vítima ... mas um retorno à saúde total ainda precisa de muito mais cuidado."

A economia, que cresceu fortemente durante os primeiros anos da crise da zona do euro, mas que perdeu força no ano passado, ainda não se destacou notavelmente na campanha para as eleições nacionais de setembro. Mas se as condições piorarem significativamente, isso pode se tornar uma dor de cabeça para a chanceler Angela Merkel, uma vez que ela busca um terceiro mandato.

O gabinete dela prevê uma expansão de 0,5% este ano, mas o crescimento trimestral foi de apenas 0,1 por cento no primeiro trimestre, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Agência de Estatísticas. O forte consumo privado compensou quedas nas exportações e no investimento, de acordo com a agência.

O economista do Ifo Klaus Wohlrabe espera que a economia alemã cresça significativamente mais no segundo trimestre, dizendo que a atividade de construção, que foi fraca durante um inverno muito severo, se recuperou "imensamente" em maio.

Consumidores

O consumo privado somou 0,4 ponto percentual ao Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, enquanto o investimento bruto de capital deduziu 0,3 ponto percentual. O comércio exterior acrescentou 0,1 ponto, ao passo que as exportações caíram, mas as importações recuaram ainda mais rapidamente.

Confirmando a importância crescente do consumo privado para a economia, o grupo de pesquisa de mercado GfK disse que seu índice futuro de sentimento do consumidor, baseado numa pesquisa com aproximadamente 2 mil alemães, subiu pelo sexto mês seguido. "Os consumidores alemães serão a salvação", disse o economista do Berenberg Bank Christian Schulz.

Mas Carsten Brzeski, do ING, disse que os alemães ainda "não se tornarão um monte de viciados em compras" que gastam loucamente. "Isso significa ... que os dados desta manhã também mostram uma verdade inconveniente ... sem as exportações, a economia da Alemanha é atualmente como um carro esportivo sem a sexta marcha", disse ele.

Sugerindo que não se pode depender nem mesmo do consumo privado para um crescimento sólido, um relatório do Ministério das Finanças divulgado nesta sexta-feira mostrou que, enquanto a arrecadação de impostos subiu 0,4 por cento no ano em abril, os impostos sobre as vendas caíram 7,3 por cento.

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