Cerca de 97% das negociações salariais feitas no primeiro semestre deste ano obtiveram reajustes iguais ou acima da inflação, segundo balanço do Dieese divulgado nesta quinta-feira (26).
Foram avaliadas 290 negociações salariais em comparação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE acumulada desde o último reajuste.
"Trata-se de um desempenho melhor que o obtido pelas mesmas 290 unidades de negociação nos anos de 2008 e 2009, quando o percentual de negociações com reajustes iguais ou superiores ao índice foi de, respectivamente, 87% e 93%", destacou o Dieese.
"A melhora no resultado dos reajustes em 2010 frente ao observado nos dois anos anteriores é um indicativo do bom momento por que passa a negociação coletiva brasileira, em sintonia com a evolução dos indicadores econômicos do país."
O levantamento mostrou ainda que, na indústria, apenas 2% dos reajustes ficaram abaixo do INPC no primeiro semestre. Nos dois anos anteriores, esse percentual chegou a quase 9%.
No comércio, apenas uma das 37 unidades de negociação acompanhadas (3%) apresentou reajuste insuficiente para a reposição das perdas inflacionárias.
O setor de serviços foi o que apresentou a maior proporção de reajustes abaixo do índice, mas o Dieese acrescentou que também neste caso houve redução no número de negociações que não conseguiram recompor o poder de compra. Cerca de 4% dos reajustes do setor ficaram abaixo da inflação.
Paraná
A maior parte das 290 negociações foi realizada nos estados da região Sudeste (36,9%). Na sequência aparecem as regiões Sul (24,5%), Nordeste (20,7%), Centro-oeste (10,7%) e Norte (6,6%). Houve ainda 0,6% de reajustes salariais definidos em acordos ou convenções coletivas de trabalho com abrangência nacional ou inter-regional.
Entre os estados da região Sul, o Paraná foi o que menos registrou negociações. Foram 17 no estado, contra 21 em Santa Catarina e 33 no Rio Grande do Sul, totalizando 71 negociações na região. O desempenho do Paraná foi responsável por 5,9% do número de negociações no país.



