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Depois de conhecer a Cidade Proibida, pela manhã, a presidente Dilma Rousseff se encontrou ontem à tarde com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao (foto). No início da noite, Dilma foi para Sanya, onde ocorre, a partir de hoje, o encontro dos Brics – que neste ano contará também com a participação da África do Sul | Minoru Iwasaki / AFP
Depois de conhecer a Cidade Proibida, pela manhã, a presidente Dilma Rousseff se encontrou ontem à tarde com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao (foto). No início da noite, Dilma foi para Sanya, onde ocorre, a partir de hoje, o encontro dos Brics – que neste ano contará também com a participação da África do Sul| Foto: Minoru Iwasaki / AFP

Brasília - Apesar de ganhar cada vez mais importância no fluxo global de riquezas, o grupo das maiores economias emergentes do mundo – agora chamado Brics e composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que se reúnem a partir de hoje no balneário chinês de Sanya – ainda mantém relações assimétricas entre os seus membros, tanto em termos comerciais como de investimentos, com forte preponderância dos chineses sobre os demais países. A conclusão é de um estudo apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que alerta para o risco de o caráter multilateral do grupo ser enfraquecido pela força chinesa nessas relações.

Maior economia dentre os Brics, a China influencia o desenho da integração que o Brasil tem construído com o grupo, segundo o Ipea. O gigante asiático já é o maior parceiro comercial brasileiro, mas a pauta de exportações do Brasil se concentra em produtos primários e commodities, assim como acontece nos embarques para Índia e Rússia. Apenas nas vendas brasileiras para a África do Sul a participação de manufaturados é maior que de básicos.

Bens primários

Apesar de manter superávit comercial com os Brics, ressalta o estudo, o Brasil em geral tem exportado bens primários e intermediários para o grupo e importado manufaturados mais sofisticados. "A questão é que isso pode, no médio e longo prazo, dificultar, ou até bloquear, os anseios brasileiros por integrar-se ao mundo industrializado desenvolvido", afirma o documento.

Por isso, o Ipea alerta que o Brasil precisa buscar alternativas para ampliar as exportações de bens industrializados para o grupo, ainda que a demanda chinesa continue concentrada mais em alimentos, infraestrutura e energia. Além disso, como os preços das commodities variam conforme o cenário econômico mundial, seria arriscado continuar dependendo preponderantemente das vendas desses produtos. "O aprofundamento das relações do Brasil com os outros países do grupo pode ser uma forma de equalizar e melhorar o poder de barganha do Brasil com a China", afirmou o analista do Ipea, André Calixtre.

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