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Desoneração tributária

Classe média poderá ter alívio no imposto de renda

De olho nos efeitos políticos da turbulência financeira, Lula anuncia hoje pacote de medidas para tentar garantir crescimento econômico no ano que vem

Construção de casas populares no Paraná: governo vai manter inalterados os recursos para obras do PAC. | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Construção de casas populares no Paraná: governo vai manter inalterados os recursos para obras do PAC. (Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo)

O governo pretende criar novas alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), todas abaixo do teto atual, que é de 27,5%, para dar um alívio à classe média e liberar dinheiro para o consumo. Essa medida, que faz parte do arsenal anticrise do governo, estava em discussão ontem à tarde no Ministério da Fazenda para ser submetida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma da tabela do IRPF era, segundo se discutia, a peça principal do minipacote de bondades que deve ser divulgado hoje.

O pacote é uma resposta à piora do cenário econômico, que vem preocupando o Palácio do Planalto, de olho também nos efeitos políticos para 2010 do desaquecimento e do eventual aumento do desemprego. O governo mantém a firme posição de conter, no que for possível, uma desaceleração mais forte da economia no próximo ano.

Além da mudança nas alíquotas do IR, estão em estudo alternativas como a redução de impostos que incidem sobre operações financeiras (IOF), produção (IPI), e até aumento do prazo do seguro desemprego.

Embora o governo mantenha a meta de avanço de 4% do PIB para 2009, nos bastidores a equipe econômica trabalha com várias possibilidades. O impacto no quarto trimestre será mais forte do que o governo esperava e a questão será saber como esse desaquecimento vai respingar em 2009. Agora a preocupação principal é com o efeito psicológico da crise sobre o consumo. Em meio a incertezas, o consumidor não compra, a indústria reduz a produção e começa a demitir, gerando um círculo vicioso que ajuda a alimentar a desaceleração.

"O governo federal sustentou sua estratégia política nos últimos anos no crescimento econômico, no aumento do emprego e na renda em um momento em que a economia mundial está aquecida. Agora, esse cenário mudou. Mas está claro que o Palácio do Planalto não vai querer abrir mão desse trunfo político em meio à disputa para a sucessão em 2010", diz o professor Cláudio Dedecca, da Universidade de Campinas (Unicamp).

Segundo uma fonte do Planalto, a abordagem do governo "é macro". Ou seja, embora haja disposição de medidas pontuais, como aliás já foram adotadas para diversos setores, o raciocínio de Lula não perdeu foco: o que garantiu a geração de mais de 8 milhões de empregos ao longo de seu governo foi o crescimento econômico. Por isso, a insistência do Planalto em assegurar os recursos para investimentos – definidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nos programas sociais.

É essa a mensagem que Lula quer renovar no encontro com os empresários hoje. É claro que o Planalto está aberto às críticas e, certamente, a questão dos juros elevados será abordada pelo setor privado.

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