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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), sugeriu que as diferenças políticas sejam colocadas de lado neste momento em que há uma crise financeira internacional. Ele se referia à carta que partidos de oposição ao governo emitiram solicitando esclarecimentos a respeito da saída do presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto. No lugar de Lima Neto assumirá Aldemir Bendine, que atualmente ocupa a vice-presidência de Cartões e Novos Negócios de Varejo do BB.

"A disputa política tem que respeitar o momento da economia e o papel dos bancos públicos", afirmou a jornalistas após participar de uma parte da reunião mensal do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC). Além de empresários e de representantes do setor financeiro, também participam do encontro os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Monteiro Neto disse que não tem conhecimento a respeito de nenhum problema político específico que teria afastado o funcionário de carreira do cargo da presidência do BB. "Esta é uma área que deveria ficar de fora da discussão", insistiu.

O empresário lembrou que, por se tratar de uma empresa, o Banco do Brasil pode contratar e demitir funcionários de acordo com suas conveniências. "O que cobramos são as políticas. Essa questão das pessoas não nos diz respeito", explicou. Para ele, os bancos públicos têm de cumprir o papel de irrigar o crédito na sociedade, já que representam aproximadamente 10% da oferta brasileira.

Além disso, também afirmou que é necessária a redução dos spreads - diferença entre o custo pago pelo banco para captar recursos e o juro que ele cobra dos clientes - no momento de crise financeira internacional para que se possa ativar a economia. Na avaliação de Monteiro Neto, as taxas de juros brasileiras são elevadas e o País precisa reduzir sua taxa básica para se "harmonizar" com o que ocorre em outras partes do mundo.

Nota da oposição

Em nota divulgada esta tarde, os partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - afirmam que não tem credibilidade a versão do governo sobre a demissão de Antonio Francisco Lima Neto da presidência do Banco do Brasil "uma vez que não faz referência ao trabalho que estava sob responsabilidade do servidor". Na nota em que anunciam que pedirão a convocação de Lima Neto e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, os três partidos lançam suspeitas sobre a ação do Banco do Brasil em torno de vários aspectos da Medida Provisória 443, que autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a adquirirem carteiras de outras instituições financeiras.

Segundo a nota, o governo, com a MP 443, "abriu a porta dos negócios sem transparência e, em decorrência, sem qualquer fiscalização nas duas instituições". Os três partidos consideram também que "não é bom" que os bancos públicos realizem negócios sem licitação com instituições financeiras. Além disso, consideram que as regras "frouxas" para transações do Estado definidas pela MP 443 estão em desacordo com "o princípio da probidade administrativa, princípio da Constituição que busca garantir a isenção e a impessoalidade do Poder Executivo no trato com a coisa pública".

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