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O Congresso parece não ter entendido o momento pelo qual o país passa. Ao pedir cargos e impor derrotas ao governo nas votações das MPs do ajuste fiscal, ele mostra que não se importa com a sustentabilidade das contas públicas. As medidas propostas são pouco para o que o país precisa, mas são um começo.

O aperto das contas públicas é crônico no Brasil. Desde a Constituição de 1988 o país vem subindo a carga tributária para que o Estado cumpra suas obrigações fundamentais. O problema não está nas obrigações, nem na carga tributária necessária, mas em outros dois pontos: o engessamento do orçamento e a falta de qualidade no gasto.

A forma como o ajuste é feito deriva da primeira questão. Cortam-se investimentos e aumenta-se a carga tributária para as contas entrarem nos eixos porque mais de 90% da despesa é carimbada. A margem para o orçamento se adaptar aos anos bons e ruins da economia é muito pequena. A mudança do fator previdenciário está no segundo ponto. Temos pouca informação sobre a eficiência de programas públicos e uma parte grande da legislação brasileira impõe ao Estado um custo insustentável. A pensão por morte paga para pessoas jovens é um exemplo. Um sistema previdenciário sem idade mínima de aposentadoria, como o brasileiro, tem sérias chances de falir.

Você pode não gostar da ideia de que precisamos de regras mais rígidas em benefícios previdenciários e maior flexibilidade para o orçamento em um país onde há muita corrupção e os serviços públicos necessitam de mais dinheiro. Mas precisamos colocar as questões em seus lugares. Melhorar os serviços, combater a corrupção e dar sustentabilidade às contas públicas estão do mesmo lado do balcão: são condições para o desenvolvimento.

em alta

Água

A consultoria Canadean prevê que neste ano, pela primeira vez, as vendas de água engarrafada serão maiores do que as de refrigerantes. No mundo, o setor vem crescendo 6% ao ano.

Cataratas

No ano passado, a Cataratas S.A., empresa que administra a visitação ao Parque Nacional do Iguaçu, teve um aumento de 26% em sua receita consolidada, que atingiu R$ 97 milhões. O parque teve visitação recorde de 1,550 milhão de pessoas. No período, no entanto, a rentabilidade do negócio diminuiu. O lucro caiu de R$ 11,5 milhões para R$ 10,6 milhões de 2013 para 2014.

em baixa

Construção

Além da demanda fraca, o setor da construção civil encontrou um novo obstáculo: a falta de crédito. A Caixa está segurando novos contratos porque os depósitos da poupança estão em queda.

Supremo Cimento

O grupo português Secil assumiu na última semana o controle da totalidade das ações da Supremo Cimento. A companhia detinha 50% de participação no negócio. A transação ocorre no momento em que a fábrica da empresa em Adrianópolis, no Paraná, começa a operar comercialmente. A Secil entrou na sociedade em 2011 e viabilizou o investimento de R$ 750 mihões na operação paranaense, que tem capacidade de produzir até 1,7 milhão de toneladas de cimento por ano. A sede da Supremo é em Pomerode, Santa Catarina.

Tupi

Outro projeto para a fabricação de cimento em Adrianópolis subiu no telhado. A Cimento Tupi, que assinou protocolo de intenção de investimento de R$ 915 milhões na cidade paranaense, passa por sérias dificuldades financeiras. A empresa carioca está com dificuldade de caixa desde que deixou de receber de empresas envolvidas na Operação Lava Jato (na qual ela não está envolvida). Na última semana deixou de pagar os juros de uma emissão de títulos de US$ 185 milhões, o que a empurrou para um processo de reestruturação da dívida.

Hotelaria

Estudo da consultoria HVS mostra que a Copa do Mundo não foi um grande estímulo para o setor hoteleiro de Curitiba. Segundo o levantamento, a demanda por hospedagem cresceu 0,8% na cidade, menos do que o crescimento na oferta de quartos (alta de 1,3%). Com isso, o setor não conseguiu reajustar as tarifas, que subiram somente 2%, bem abaixo da inflação de 6,4% de 2014.

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