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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, causou uma confusão desnecessária na última semana ao divulgar um comunicado ao mercado no primeiro dia do Copom. O BC tinha bons motivos para não subir os juros agora. Provavelmente mais motivos para não subir do que para apertar ainda mais sua política monetária.

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A primeira razão é que o cenário mudou no começo do ano. Uma retração mais forte na China mexe com mercados e tem um efeito deflacionário global, transmitido pelo preço das commodities. Além disso, os juros reais (a taxa básica menos a inflação) no Brasil começam a subir pelo simples fato de o IPCA não ter neste ano de absorver o choque do tarifaço (embora haja uma contaminação da inflação herdada de 2015).

Há um terceiro motivo, talvez mais importante: a atividade econômica está no chão. A transmissão da taxa de juros para os preços em uma recessão é menor do que em períodos de crescimento (quando arrefecer a economia serve para segurar preços).

Apesar de tudo isso, há uma questão que incomoda. O que o BC poderia fazer, então, para a inflação convergir para a meta? Um passo é melhorar sua comunicação, deixando mais claro e crível o horizonte com o qual trabalha. Tombini embolou essa conversa. Outra possibilidade é o BC jogar mais pesado no mercado cambial para tirar essa pressão dos preços. E, finalmente, torcer para o governo resolver logo o rombo fiscal.

Em alta

Déficit

Economistas ouvidos em uma pesquisa feita pelo Banco Central não acreditam na política fiscal do governo. Dizem que haverá déficit primário de R$ 68 bilhões neste ano.

Em baixa

Tombini

Pegou mal a mensagem que o presidente do Banco Central mandou ao mercado no dia em que começou a reunião do Copom, na terça-feira.

ICMS

Em um país onde as empresas gastam 2,5 mil horas de trabalho por ano para pagar impostos, não deveria chocar a nova sistemática de pagamento de ICMS que pode tirar do mercado dezenas de pequenos e-commerces. Com a regra, essas empresas precisam se cadastrar e conhecer o ICMS de todos os estados, calcular e recolher o imposto em dois lugares para cada venda feita. Mais difícil do que isso é encontrar um adjetivo para qualificar o sistema.

Eletrobras

O governo deixou vazar a informação de que vai fazer um aporte de R$ 6 bilhões na Eletrobras. A empresa se tornou uma draga de recursos públicos depois da MP que baixou à força o preço da energia, em 2012. O prejuízo se avolumou e acumulou. Agora, a solução será privatizar distribuidoras para capitalizar a companhia. E assim vai se espalhando o custo bilionário da ingerência no setor de energia.

Copel

A Aneel aprovou na última semana um reajuste na remuneração que será dada às usinas hidrelétricas relicitadas no fim do ano passado, entre elas a Parigot de Souza, da Copel. Seus contratos de concessão haviam vencido e, no novo certame, foi oferecida uma remuneração inicial bastante baixa, de R$ 35,52 por MWh. Como o governo cobrou pela concessão, o valor foi para R$ 61,02 por MWh. A diferença será paga pelo consumidor.

Sicredi

Os dados preliminares do sistema de crédito cooperativo Sicredi União PR/SP mostram crescimento de dois dígitos, mesmo com a crise. A cooperativa atingiu em 2015 R$ 2,2 bilhões em ativos, com crescimento de 17% sobre 2015. A unidade, que faz parte do sistema Sicredi, atingiu 110 mil associados e mantém a meta de chegar a 300 mil associados em 2020. Até lá, o objetivo é atingir R$ 5 bilhões em ativos.

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