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Capital Humano

Mercado hostil

Muitos profissionais me perguntam se a melhor alternativa para uma carreira promissora seria a de procurar sempre novos desafios em empresas diferentes ou em cargos distintos. A eles, digo que não há uma fórmula fechada, mas que, em todas as ocasiões, um aspecto deve ser levado em conta: a hostilidade do mercado atual. A história a seguir mostra que a análise da conjuntura deve ser sempre levada em conta, antes de qualquer atitude. Espero que a leitura seja útil!

Paola não se contentava com nada medíocre. Desde a infância, ela era obcecada pelos melhores brinquedos, por roupas de marca e atividades interessantes. Não se alegrava com qualquer coisa e, quando pretendia realizar algo, era sempre a melhor.

Das brincadeiras infantis ao trabalho na vida adulta, ela não mudou em nada. Buscava os melhores cargos e as empresas renomadas para demonstrar seu talento. As atividades que se propunha a concluir eram feitas com esmero e traziam, com freqüência, mais pontos do que os solicitados. Paola procurava agregar algo novo e diferente em tudo o que fazia.

Assim, queria ser reconhecida por seus próprios diferenciais e não se contentava com cargos operacionais, que não aproveitavam todas as suas habilidades e competências. Ela precisava de estímulo e de desafios constantes para sentir-se estimulada e motivada.

Por isso, agregava valor às organizações por onde passava, uma vez que trazia idéias novas e soluções criativas para os problemas de sua competência.

Sabendo de suas qualidades, ela valorizava sua presença nas organizações e cobrava uma remuneração compatível com o seu desempenho e com os resultados que trazia.

E, como tinha muita segurança em si e em seu trabalho, ela conseguia negociar, com desenvoltura, tanto o seu salário quanto as oportunidades de crescimento na estrutura da organização.

Aos 40 anos, Paola era considerada uma profissional de sucesso, com autonomia suficiente para dirigir sua vida e determinar os rumos de sua carreira.

No entanto, o dinamismo do mercado e a mudança na conjuntura econômica do país mostraram para a executiva que ela precisaria reinventar, também, o seu modo de pensar.

Após receber a notícia de que seria desligada da empresa por razão de um corte drástico de custos, ela percebeu que o mercado já não era mais o mesmo. Antes, uma profissional como ela (que sempre traz resultados positivos para a empresa) jamais seria incluída em uma demissão em massa. E agora, a essa altura de sua vida, ela fora demitida, pela primeira vez.

O afastamento da organização fez com que ela procurasse oportunidades em outras empresas, para tentar uma nova colocação. Foi chamada por todas as organizações que selecionou, mas, no momento da negociação salarial, percebeu, novamente, uma diferença no mercado.

Nenhuma das empresas concordou em pagar-lhe o valor que ela sabia ser o merecido por sua bagagem profissional e capacidade produtiva. A justificativa era a mesma: profissionais jovens ganham menos e produzem mais. E, mesmo após explicar que ninguém com metade de sua idade poderia produzir os mesmos resultados do que ela, que possuía experiência e maturidade, Paola não foi aceita pelas organizações.

Então, depois de tentar, em vão, uma recolocação digna de sua competência, ela acabou cedendo e aceitou um emprego com remuneração abaixo da compatível.

Pela primeira vez, ela precisou se contentar com algo menor, por questão de sobrevivência.

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O mercado de hoje está, cada vez mais, competitivo e hostil, em termos de oportunidades e de maleabilidade. Um profissional que pretende crescer, ou permanecer na ativa, precisa adaptar-se às novas regras – nem sempre justas. No entanto, posso acreditar que essa hostilidade do mercado cria profissionais mais ágeis e corajosos, capazes de enfrentar todas as mudanças e de ultrapassar todos os obstáculos impostos. Assim, penso que, num futuro próximo, esse mercado hostil será um "gatinho manso" frente aos novos profissionais, que estão sendo formados em razão das próprias dificuldades. Por isso, aguardo ansioso pelos profissionais que estão por vir: leões em dinamismo e em criatividade.

Saiba mais

Inclusão Digital

A Procempa, empresa de tecnologia da informação e comunicação de Porto Alegre, realiza o projeto "Centro de Capacitação Digital – CCD", que oferece, mensalmente, mais de 400 vagas em cursos gratuitos de informática. O objetivo é promover a inclusão digital, principalmente, de jovens e idosos de bairros periféricos. São três unidades físicas do CCD espalhadas pela cidade, sendo uma exclusiva para a terceira idade.

Em parceria com a Fundação Bradesco, são formadas turmas para pessoas com deficiência visual e turmas para capacitar jovens com necessidades especiais. Desde o começo do ano mais de 1.965 pessoas já foram beneficiadas nas três unidades do Centro. Os cursos têm duração de seis semanas e abordam introdução à informática, sistema operacional, pacote office e internet.

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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Currículos para www.debernt.com.br. Contato:Bekup Comunicação, tel: (41)3352-0110.

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