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Quando os juros estavam em queda, no ano passado, a taxa de administração dos fundos de investimento parecia ter se tornado o inimigo público número 1 dos investidores. A rentabilidade dos fundos de renda fixa estava em baixa e o resultado líquido, tirando o Imposto de Renda e a tal taxa, estava perigosamente próxima à caderneta de poupança. Chegou a perder para ela, em alguns momentos. Muitos bancos baixaram as taxas de seus fundos e, defendendo-se, diziam que elas estavam em seu menor patamar histórico.

O tempo passou, os juros subiram e pouca gente se lembra de reclamar da taxa de administração dos fundos de renda fixa. Quem é cotista de fundos de renda variável, entretanto, está com os cabelos em pé.

Quando os ganhos são bons, ninguém no Brasil liga muito para taxa de administração. Veja os dados de 2009, por exemplo. Naquele ano, o Ibovespa subiu 82,6%. Nesse ambiente, a maioria dos investidores dificilmente ficaria muito chateada em pagar uma taxa de 5% ao ano para o banco. Afinal, ainda lhe sobrariam 77,6% de rentabilidade. Imagine que alguém tenha investido R$ 5 mil num fundo que acompanha o Ibovespa em fins de 2008. Mesmo depois de deduzido o Imposto de renda (15% sobre o ganho no período), um ano depois ainda sobrariam quase R$ 3.300 de lucro.

Na hora da crise tudo muda. Subitamente o sujeito dá-se conta que estava pagando demais. Há casos de fundos de ações que cobram 4,5% ao ano do cliente e que – como quase todo mundo no mercado – está no negativo. Nesse caso, a taxa de administração apenas agrava as perdas. E agora, o que fazer?

Raul Ribas, especialista em investimentos da consultoria Diversinvest, teme que haja pouco a fazer. "Dificilmente o banco poderá ignorar sua política de cobrança e abater a taxa", diz. Claro que o cliente sempre pode tentar. Talvez a negociação resulte positiva em algum outro item – está na mão dos gerentes bancários, por exemplo, reduzir ou isentar tarifas bancárias e de cartão de crédito.

Se você, leitor, está nessa situação, resta avaliar se vale ou não sacar esse dinheiro e transferir para outra aplicação. Em geral, costuma-se dizer sempre o mesmo nesses casos: se você não vai precisar do dinheiro, mantenha o investimento e desfrute da retomada (pode confiar, algum dia ela chega).

E aproveite para aprender: na hora de decidir onde colocar seu dinheiro, não olhe apenas para a rentabilidade passada. Ela pode nunca se repetir, e há outras questões a olhar. Em que esse fundo investe? Qual é a política para resgates? E, claro, de quanto é a taxa de administração?

Ribas observa que a tarifa aceitável para um fundo de renda variável hoje deve estar abaixo de 2% ao ano (1% ou menos para os de renda fixa). Há quem cobre uma taxa de performance, normalmente quando o fundo ultrapassa o desempenho do Ibovespa. Coloque tudo isso na ponta do lápis antes de decidir. Vale lembrar que muitos bancos têm fundos que são essencialmente iguais (ou seja, investem exatamente nos mesmos papéis; pode-se chamar também de fundos espelhados), mas que são estratificados conforme o perfil do cliente. E estabelecem taxas de administração mais baixas para aqueles que têm investimento mínimo mais alto – ou seja, para os clientes mais abastados.

Mundo real

No mundo virtual dos negócios, a cotação do ouro sobe sem parar – abaixo tem até uma resenha de um novo livro sobre o assunto, acompanhada de um gráfico que mostra a trajetória deste ativo nos últimos cinco anos. No mundo real, essa alta chamou a atenção da bandidagem. Re­­portagem publicada na semana passada pelo Los Angeles Times mostra que, por lá, os ladrões de rua estão de olho em correntinhas. Os assaltos a joalherias também estão em alta.

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