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Imagem publicitária da tevê 3D da LG coreana: vale a pena se endividar para ver a Copa? | Divulgação
Imagem publicitária da tevê 3D da LG coreana: vale a pena se endividar para ver a Copa?| Foto: Divulgação

Há uma ideia persistente no imaginário brasileiro, surgida lá pelos anos 70: bom mesmo é ver a Copa do Mundo num aparelho de tevê novo. Para reforçar esse pensamento, os fabricantes lançam aparelhos novos nessa época e as redes varejistas investem em propaganda. De preferência, com algum bom jogador no vídeo.

Essa história, dizem, começou com a Copa de 74. O Brasil era o campeão – o primeiro e, até então, único tricampeão. E a tevê em cores era uma novidade, porque a primeira transmissão colorida de uma emissora brasileira tinha sido em 1972. Mais: o país atravessava a fase que ficou conhecida como "milagre econômico", e uma boa parte da população estava com dinheiro no bolso. De olho nessa conjunção de fatores, as fábricas de aparelhos patrocinavam reprises dos jogos da Copa do México nos fins de semana. Não deu outra – as vendas bombaram e um mito foi criado.

Mas, cá entre nós, você acha mesmo que precisa de um aparelho de tevê novo para assistir a Copa do Mundo? Pagando juros de 5,9% ao mês?

Pegando um exemplo real: um aparelho de tevê de 42 polegadas e LCD-LED, uma das tecnologias mais apregoadas pelos fabricantes, custa R$ 4.499 à vista, mas pode ser parcelado em 24 vezes de R$ 335,40. O total parcelado sobe para R$ 8.049,60. É quase o dobro. A qualidade de imagem terá de ser muito, mas muito boa mesmo para compensar esse rombo no bolso. Sem contar que uma compra leva a outra: você vai querer trocar o DVD por um blu-ray, por exemplo. Se a opção for pelas novas tevês 3D, então, muda tudo e você ainda precisa comprar óculos extras (os kits dos fabricantes vêm com dois, apenas).

Lá em casa a tevê ainda é de tubo, com 29 polegadas. Talvez eu seja meio atrasado, mas ela funciona bem. Nunca deu defeito. É compatível com os outros equipamentos que eu tenho. Poderia ser mais bonitinha e ocupar menos espaço na sala, mas ainda não vejo motivo para me livrar dela. Nem mesmo para ver o time do Dunga faturar o hexa.

O paradoxo

E os monitores de tevê estão cada vez maiores. Na Copa passada, o grande negócio era ter uma tevê de 29 polegadas. Agora, é difícil achar alguma coisa menor do que 32 – 40 é a regra. Enquanto isso, como mostrou o caderno Viver Bem, no domingo, os apartamentos têm área cada vez menor. É o paradoxo da sala de estar: logo, logo vai sobrar tela e faltar parede.

Vale lembrar que os especialistas recomendam assistir a uma distância equivalente a duas vezes e meia o tamanho da tela. Para uma tela de 40 polegadas (que equivalem a um metro), portanto, será necessário ficar a 2,5 metros. Nos microapartamentos da nova geração, quem quiser tevê grande vai ter de sentar na sacada.

Segunda e terça

Tenho duas funções aqui no jornal. Além de editor e colunista desta página, também sou responsável pelo caderno de Tecnologia, que circula às segundas-feiras. Ou seja: na segunda, mostro as novidades em celulares, tevês e computadores, para deixar o leitor com água na boca; na terça, preciso dizer que ele precisa pensar duas ou três vezes antes de ir às compras.

Será uma tragédia?

Nas últimas semanas a expressão tragédia grega deixou o ambiente da literatura para instalar-se na economia. É à crise grega que se atribui a queda acentuada no preço das ações nas últimas semanas, em todo o mundo. O Ibovespa caiu 9,4% nos últimos 30 dias, em meio a uma trajetória de perdas que não parece estar encerrada.

Nem tudo é sempre tão ruim. Abaixo, dois aspectos que merecem uma olhadinha:

• o euro está em queda. "O mercado está apostando pesadamente contra o Euro. A desvalorização da moeda do Velho Continente chega a 18% frente o máximo em novembro de 2009", diz relatório da Gradual Investimentos. Bom para empresas que têm compromissos a pagar na moeda europeia e para as pessoas que pensam em passear por lá.

• começam a aparecer boas oportunidades na bolsa. Há boas empresas que perderam valor de mercado por causa do ambiente ruim no mercado internacional, mas continuam com bom desempenho. Fique de olho.

Escreva!

O objetivo desta coluna é falar de educação financeira. Se você tem alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato. Pode mandar também suas críticas ou sugestões. O e-mail é o financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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