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Financês

Internet x sapato

Nem todo mundo se lembra hoje em dia, mas o comércio eletrônico começou de verdade com os livros. É simples comprá-los pela internet. Não é preciso se preocupar com tamanhos ou prazos de validade, por exemplo, e eles resistem bem ao transporte. Seria de se esperar que a volta às aulas fosse um grande momento para as livrarias eletrônicas, concorda?

Mas não é. Dias atrás peguei a lista de material escolar dos meus filhos e fui à rede. Primeira decepção: várias lojas não dispunham de toda a lista. Segunda decepção: na única que tinha a lista completa, o preço equivalia ao dobro do estimado pela própria escola. Como defensor do comércio eletrônico, fiquei bem chateado.

No caso do material escolar, a internet parece não ter alterado a antiga regra de que é preciso gastar sola de sapato para não gastar dinheiro. A aquisição coletiva (feita por grupos de pais organizados, por exemplo, por uma associação) ainda parece ser a melhor forma de obter preços aceitáveis.

Em todo caso, você não perde muito se pesquisar também pela internet. No mínimo, vai saber o quanto economizou.

Informação para a negociação

Quando se trata de eletrodomésticos ou produtos de informática, a regra é outra. Pode testar: o comércio eletrônico costuma ter sempre preços mais baixos do que as lojas convencionais. Nessa área, um bom negócio costuma começar com uma pesquisa de preços nos sites de grandes lojas (atenção à reputação das lojas; nada de comprar de desconhecidos!). Depois de saber qual é o menor preço, o próximo passo é ir ao comércio "físico" – de preferência com a página da loja virtual impressa – para negociar mais descontos. Isso porque não dá para barganhar com um computador, mas no cara a cara com vendedores e gerentes de loja sempre é possível conseguir um precinho melhor.

Muitas vezes é possível obter com essa negociação um preço mais baixo ou equivalente ao da internet, com a vantagem de testar o produto e levá-lo imediatamente para casa. Em outros casos o comércio eletrônico é imbatível.

Inflação

Sai amanhã o IPCA do ano passado. É o índice que serve de referência para a política de metas de inflação do Banco Central. O resultado não deve surpreender a ninguém – o relatório Focus, divulgado ontem pelo BC, com opiniões de 100 bancos e consultorias, crava 4,29% –, mas é o sinal de que o ano finalmente terminou, estatisticamente falando. Bola pra frente!

Tarifinha, tarifão

O leitor Soares enviou e-mail a respeito de tarifas bancárias, comentando reportagem publicada nesta página em 22 de dezembro ("Tudo tem seu preço, inclusive ser premium"). A matéria incluía uma tabela com os preços do pacote básico de tarifas e dos pacotes mais baratos para os serviços "premium" – aquelas contas destinadas a clientes de maior capacidade financeira. Ele estranhou, porque a tabela mostrava que o valor do pacote padronizado do Banco do Brasil era de R$ 13,00, mas ele pagava R$ 16,00. Ele queria saber por que.

Os bancos dispõem de diversos pacotes de tarifas. O chamado "pacote padronizado" é o mais simples de todos, e o Banco Central obriga que ele inclua uma configuração determinada de serviços, incluindo saques mensais, extratos e transferências entre contas da mesma instituição. Normalmente esse pacote mais básico não inclui transações com cheques. No caso do leitor, o pacote básico não serve para ele, que costuma emitir cheques. É melhor mesmo pagar um pouco mais, já que o Banco do Brasil cobra R$ 1,50 por folha de cheque "excedente".

Mas Soares não sabia disso. Em algum momento do passado – ele é correntista há 14 anos – o gerente do banco classificou a sua conta em um determinado pacote, e assim ficou. Quando viu a tabela no jornal, ficou em dúvida, mas acabou percebendo que o pacote era adequado às suas necessidades.O importante é isso: saber pelo que está pagando e certificar-se de que vale a pena. Tem gente por aí que nunca viaja para fora do país pagando por pacotes que incluem saques internacionais; outros pagando por serviços de courier (entrega de documentos e contratos por motoboy, por exemplo) cuja da existência sequer desconfiam.

É como diz o leitor, no último dos e-mails trocados com o colunista: "É preciso ficar atento!"

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