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Época de Ano Novo é tempo de fazer promessas a si mesmo, de melhorar algumas áreas da vida, de mudar coisas no seu comportamento. É um hábito que foi mais ou menos importado – não era muito comum no Brasil uns 30 anos atrás, embora fosse comum em outras terras – e faz algum sentido: ano novo, vida nova, não é assim que falam?

Você faz resoluções de Ano Novo? O que vai incluir na sua listinha? Vai pôr objetivos ligados à vida financeira?

Queria fazer algumas observações a respeito, de modo a contribuir com o leitor que esteja com a caneta na mão, pensando nos compromissos que fará consigo mesmo para o ano entrante.

Em primeiro lugar, valorize o que é importante. No fim de semana, ouvi de um amigo a seguinte frase: "Todas as decisões que eu tomei pensando apenas em dinheiro deram errado". É claro que não há mal nenhum em querer ganhar dinheiro, pelo contrário. A questão é o lugar que ele ocupa na vida. O ranking das importâncias é algo muito pessoal. Para a maioria das pessoas, família e saúde são mais importantes que o dindim propriamente dito. E as melhores escolhas de carreira envolvem também ambiente de trabalho, perspectivas de crescimento, desafios pessoais, não só remuneração. Leve isso em conta.

Se os seus objetivos para o ano que vem incluem a compra de equipamentos como aparelhos eletrônicos ou eletrodomésticos de maior valor, considere poupar um pouco e pagar à vista. A diferença não é pequena: anúncios publicados aqui na Gazeta no último domingo apregoavam produtos como geladeiras, lavadoras de roupa e fogões com Custo Efetivo Total (CET, um número que soma os juros e os encargos incluídos nos financiamentos) de 96,26% ao ano. Tradução financês-português: compre um, pague dois – uma atitude bem pouco inteligente. Essa é a segunda dica para as suas resoluções de Ano Novo: não se endivide à toa.

Tornar-se investidor está entre os seus objetivos para o ano? Ótimo. Então saiba bem onde está pisando. Gente boa já perdeu dinheiro porque não sabia o que estava comprando e, por isso, adquiriu produtos financeiros que não combinavam com o seu estilo ou com as suas metas pessoais. É preciso conhecer a forma de tributação do investimento, os prazos para resgate, os riscos envolvidos. Sem conhecer as variáveis, é melhor nem entrar. Portanto, estude antes de investir.

Por último, fique atento com propostas que parecem boas demais para serem verdadeiras. Normalmente, elas escondem algum problema. Em 2013, o país assistiu ao ressurgimento de esquemas que ofereciam grandes ganhos e nenhum risco declarado. Tinham todas as características de pirâmides financeiras, um crime previsto em lei, e por isso foram fechados. Pessoas de boa fé entraram de cabeça e até hoje acreditam que teriam se dado bem se o Ministério Público não tivesse entrado na Justiça para acabar com o negócio. Uma pena – mas você pode aprender com o passado. Em 2014, não caia em armadilhas.

Divirta-se. Comemore. Viva a vida. Feliz Ano Novo.

Poeira de ações

O cálculo é da Economatica, empresa de software especializada em informação financeira: o valor de mercado das empresas listadas na bolsa de valores de São Paulo fechou o ano abaixo de US$ 1 trilhão (o valor de mercado é calculado tomando o preço de cada ação na bolsa e multiplicando pelo número total de ações emitidas pela empresa). É a primeira vez que isso ocorre desde 2009. Muitas grandes companhias foram desvalorizadas, mas o impacto as atingiu de forma desigual. A estatal Petrobras foi quem mais perdeu no ano, em valores absolutos. Caiu de US$ 124,7 bilhões para US$ 90,6 bilhões. A Ambev, empresa mais valiosa do país, recuou de US$ 129, 3 bilhões para US$ 113,8 bilhões.

Já a petroleira quebrada OGX valia US$ 6,9 bilhões em 31 de dezembro de 2012. Em 27 de dezembro deste ano, seu valor não passava de US$ 316 milhões.

Ano que vem...

... tem mais. Mande sua dúvida ou comentário para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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