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“Saco de bondades” é como estão sendo apelidadas medidas do governo nestes dias em que é iminente o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência. Trata-se, segundo os adversários do governo, de uma série de medidas para manter o bom trânsito dela e de seu partido com determinados grupos da sociedade, capazes de apoiá-los em seu esforço para recuperar o poder.

Bondades, este governo já fez algumas. A principal, em setembro de 2012 – anunciada em um pronunciamento à nação em pleno feriado de 7 de Setembro – foi uma redução da ordem de 20% nas contas de energia elétrica. Nunca chegou a vigorar de verdade, porque a bondade foi atropelada por arestas nos contratos com as companhias elétricas. Mais tarde, veio a falta de chuvas e o regime de bandeiras tarifárias, que só deu trégua à população no último mês.

De fato, no caso da energia, a renovação antecipada das concessões – instrumento criado pelo governo para baixar a tarifa – acabou se transformando em um fardo a mais, porque as empresas não aderiram ao novo regime e criaram-se diversos impasses financeiros que acabaram cobertos pelo Tesouro. Lição a tirar desse episódio: se alguém usufrui de uma bondade, outro alguém paga por ela. O mesmo vale para quaisquer bondades editadas agora. Alguém (o contribuinte, obviamente) pagará por elas. O que levará os próximos governos – a fugaz gestão Temer e aquela que se seguirá – a tomar medidas chatas para pôr as contas em ordem. Isso tornará impopulares esses governos, ensejando o desejo de mudança e, quem sabe, nostalgia do petismo. Essa é a lógica, e ela vai machucar o bolso de todos nós. Infelizmente.

Dólar

Nesta semana, Ministério da Fazendo elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na aquisição de moeda estrangeira em espécie. Ou seja: quem compra dólar ou euro ou qualquer outra moeda para uma viagem para fora do país vai pagar um pouquinho mais. O aumento é de 0,38% para 1,1% – ou seja, quase o triplo.

Para quem vai viajar, entretanto, isso não significa tanto assim. Em uma compra de US$ 1 mil, o turista vai pagar algo entre R$ 25 e R$ 30 a mais em impostos, dependendo da cotação. A diferença no preço da moeda (que pode variar muito de um dia para o outro) pode fazer mais diferença que a alta do imposto.

É claro que ninguém quer pagar mais. Afinal, para quem viaja com orçamento apertado, qualquer trocado faz diferença...

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