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Apesar do que alguns possam pensar, crise é exceção, não normalidade. Não importa qual seja o governo ou o seu modo de agir, os momentos mais agudos de inflação e recessão irão passar. O que está em jogo é como será a normalidade que há de vir.

Pode ser uma normalidade como a que a Argentina viveu em anos recentes. A inflação na vida real era das brabas, mas o governo alterava o modo de cálculo e os números divulgados eram sempre mansinhos, mansinhos. A confiança na moeda nacional era baixa, e por isso os cidadãos acostumaram-se a fazer poupança em dólar, guardando em casa quantidades de dinheiro estrangeiro, que sempre se valorizava. Era inseguro, era ilegal – mas todo mundo fazia e, creio, ainda faz.

Ou pode ser uma normalidade como a que o próprio Brasil vivia até recentemente. O crescimento econômico podia não ser uma maravilha, mas existia. A tendência é que voltemos a um cenário como esse, e nem vai mais demorar muito. Este primeiro trimestre está sendo muito ruim, e é possível que o país toque o fundo no próximo. Depois vira a retomada, a um ritmo ainda desconhecido. Tanto para as vendas de produtos e serviços como para investimentos – a bolsa, por exemplo, deve começar a subir um pouco antes. Você estará pronto?

Política + economia

Os cenários usados por consultorias, bancos e corretoras para prever os preços de ativos contemplam mudanças na administração do país. Há quem faça previsões até sobre quando ela ocorrerá, com base na análise das forças políticas.

É grave, doutor?

Sim, é grave. Há algumas semanas, falamos aqui neste espaço sobre a inadimplência declarada pelos bancos. Pois bem: a consultoria Economatica divulgou nesta semana um levantamento sobre os valores informados pelas três maiores instituições financeiras de capital aberto para as provisões de créditos de liquidação duvidosa. Traduzindo do financês, esses tais créditos são empréstimos cedidos pelos bancos que eles próprios julgam difícil de receber (e que, mais cedo ou mais tarde, devem se transformar em inadimplência). E as provisões são uma forma de o banco reservar dinheiro para cobrir essas perdas – o que, de fato, contribui para reduzir o lucro final da instituição.

Somando os três maiores bancos de capital aberto (Banco do Brasil, Itaú e Bradesco), essas provisões somaram R$ 68,8 bilhões em 2015. É o maior valor pelo menos desde 1986 (em valores atualizados), que é o início do banco de dados da Economatica.

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