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A queda na receita cambial do setor sucroalcooleiro tirou uma posição do Paraná no ranking das exportações gerais do agronegócio em julho. Tradicional exportador de açúcar, o estado não encontra preço e nem mercado no ambiente internacional. Na relação com julho do ano passado, a queda é de quase 20%. Em São Paulo, o maior produtor, a situação é ainda pior. As receitas recuaram mais de 25%. Ou seja, os paulistas perderam um quarto no faturamento com as vendas externas de açúcar nesse período. O mundo está abastecido e o maior fornecedor encontra dificuldade para colocar seu açúcar no mercado.

No ano passado, as vendas externas do produto somaram US$ 11,8 bilhões. Segunda maior receita com exportações do agro, o açúcar representa praticamente a metade da arrecadação com a soja, que em 2013 alcançou US$ 22,8 bilhões. Com a retração nos negócios, em julho de 2014 o Paraná embarcou US$ 447 milhões e São Paulo US$ 3,75 bilhões. O cenário e as perspectivas no curto prazo fazem empresas nacionais e principalmente as multinacionais que assumiram usinas nos dois estados começarem a rever estratégias e até mesmo seus investimentos no país.

Os números negativos do sucroalcooleiro impactam diretamente no resultado das exportações totais do agronegócio. Não chegam a provocar retração no Paraná, mas claramente limitam o potencial de crescimento, apesar do expressivo avanço na receita da soja, com variação acima de 13% em 2014. No acumulado dos sete meses de 2014, os embarques de produtos e derivados da pauta agro no estado cresceram 2,7%, para US$ 7,93 bilhões. Já São Paulo, por conta da forte participação no açúcar, tem um valor acumulado com curva negativa de 11,37%, para US$ 10,52 bilhões.

Enquanto o Paraná desceu à quarta colocação, com US$ 1,28 bilhão em julho, o Rio Grande do Sul assumiu a terceira posição e exportou o equivalente a US$ 1,36 bilhão. Na liderança, São Paulo vendeu US$ 1,62 bilhão. Mato Grosso ficou em segundo com US$ 1,39 bilhão. De um modo geral, os embarques do agronegócio brasileiro tiveram um julho apático, com recuo de 0,25%. Tecnicamente, uma retração, puxada basicamente por um único segmento, o de açúcar e etanol. Outros setores vão bem e, de certa forma, compensam parte das perdas deixadas pelo sucroalcooleiro.

Liderança

No conjunto das exportações agro, a soja é a grande responsável pelo desempenho de estados como Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. No Brasil, mais da metade da produção da oleaginosa é exportada em grão. Se considerarmos farelo e óleo – subprodutos do grão – perto de 70 milhões das 87 milhões de toneladas produzidas no Brasil no ciclo 2013/14 terão como destino o exterior. Dos US$ 100 bilhões de receita cambial do agronegócio em 2013, a soja representou 31%. No primeiro semestre de 2014 o complexo respondeu por US$ 20,2 bilhões ou 18,3% de todas as mercadorias e produtos que saíram pelos portos brasileiros.

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