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De olho nas finanças

Os sem-patrão

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

A gestão da vida financeira dos profissionais liberais e das pessoas que trabalham por conta própria merece um destaque especial. Elas vivem mais perto do padrão imposto pela natureza. Assim como a onça, a raposa ou até os pássaros, essas pessoas não têm fundo de garantia, 13.º salário ou indenizações trabalhistas para receber.

Pequenos empresários geralmente passam o dinheiro de um bolso para outro, isto é, do caixa da empresa para o caixa de casa. Misturam tudo. Não têm a mínima idéia de quanto ganham ou de quanto podem gastar. Isso funciona muito bem durante as temporadas de vacas gordas nos negócios. Mas e se alguma coisa sair errado? O que acontece quando se perde um importante cliente? Quem trabalha por conta própria tem o desafio de criar uma rede que as proteja das quedas, do inesperado.

Quem não tem patrão tem clientes. Podem ser anônimos ou clientes grandes, algumas vezes, únicos. Quanto mais concentrada for sua carteira de clientes, maior o risco de perdê-los e de enfrentar problemas no caixa logo a seguir.

Pequenos empreendedores e profissionais liberais precisam ser muito cautelosos em suas finanças pessoais. A primeira recomendação é não acostumar mal sua família. É preciso ser muito conservador.

Profissionais liberais precisam poupar muito mais do que aqueles que têm um emprego com carteira assinada. Precisam gastar muito menos do que ganham. Não podem se iludir com flutuações positivas – porém erráticas, não sustentáveis – no caixa de seus negócios.

O primeiro passo é fazer um orçamento doméstico simplificado, descobrir (com a ajuda de um caderno ou de uma planilha) quanto se gasta em casa; depois, fazer uma lipoaspiração nos gastos não essenciais e estabelecer metas para o mês seguinte. A propósito, não deixe seus filhos ultrapassarem os limites de gastos. Não é uma questão de ser pão-duro, é uma necessidade. Explique que sua profissão exige mais cautela e que esses freios são essenciais para a saúde financeira da família no futuro. Na semana que vem, falaremos sobre os melhores investimentos para essas pessoas.

O leitor pergunta:

Sempre fui um investidor conservador, mas estou muito preocupado com a queda dos juros. Como manter meus rendimentos numa hora dessas?

Vale a pena dar uma olhada em imóveis que rendam bons aluguéis (acima de 6% ao ano) e em ações que pagam bons dividendos (mais de 4% ao ano). Mas não deixe de ter uma boa parcela em renda fixa para amortecer eventuais reviravoltas no mercado de renda variável.

Mauro Halfeldmauro@halfeld.com.br

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