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Uma forma importante de se acompanhar as tendências do mercado é através de indicadores apurados por entidades de classe e associações de referência. Todos sabemos que o mar não está para peixe, mas quais são os números que traduzem isso e que possam nos indicar uma tendência? Um desses indicadores é o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), divulgado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em sua última divulgação, a instituição informa que o índice caiu pela sétima vez em 2015, registrando em agosto último, o seu patamar mais baixo desde março de 2011. O índice atingiu 82,2 pontos em agosto último, frente aos 108,97 de agosto do ano passado, o que significa uma queda de -24,6%.

Condições atuais preocupam

Analisando os três índices internos que compõem o ICEC, percebe-se a maior influencia foi em relação às Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), também chamado de condições correntes. Esse índice interno ficou em apenas 43,2 pontos, o que representa uma queda de nada menos que -45,5% na variação anual e -2,5% somente em relação ao mês anterior. Isso mostra a deterioração percebida pelo empresário do comércio no cenário atual da economia do país. Para 93,7% dos entrevistados, a economia se encontra pior do que no mesmo período do ano passado, sendo que na região Sul esse índice é ainda maior, chegando a 95,0%. Ou seja, é praticamente uma unanimidade entre os empresários do comércio. Isso infelizmente está em linha com a retração econômica que vem sendo observada, com projeção de queda do PIB de 2015 em -2,5%, conforme noticiou a Gazeta do Povo na última quinta-feira..

Expectativas

Ainda segundo a pesquisa, as expectativas e intenções de investimento também andam em baixa, e acabam não permitindo vislumbrar possibilidades de recuperação do comércio no curto prazo. Para se ter uma ideia, a CNC informa que o volume de vendas tem registrado desempenho ineditamente fraco na comparação com a última década, o que a fez revisar a previsão de resultado do setor para o ano de 2015 de -1,9% para -2,4%, sem contar os segmentos de comércio automotivo e de materiais de construção. Com a inclusão desses, a previsão de queda no volume de negócios é de -6,5% para esse ano. Assim, a expectativa de vendas de bens duráveis nessa segunda metade do ano não é muito favorável, agravada pela piora nas condições de crédito e pela queda na confiança dos consumidores.

Emprego no comércio

A proximidade do final de ano sempre traz expectativas de contratação de trabalhadores temporários. A intenção de contratação de funcionários no comércio caiu 4,6% entre julho e agosto, apesar do setor de comércio e serviços ter sido o único a ter avanço no emprego nos últimos 12 meses. Assim, as expectativas de geração de vagas celetistas no varejo ao final desse ano ainda são negativas, e deve encerrar o ano com saldo negativo de 122 mil vagas, frente ao saldo positivo de 153 mil vagas obtido no final de 2014

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