Intenção de consumo das famílias curitibanas

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Na última terça-feira a Gazeta do Povo informou que o comércio de Curitiba teve o pior desempenho dos últimos quatro anos, com queda de 2% nas vendas e anulando o crescimento de 4% acumulado do período. Essas informações foram apuradas por pesquisa encomendada pela Associação Comercial do Paraná (ACP). Como você pode se antecipar a esse tipo de situação e preparar-se melhor para enfrentá-las? Qualquer pessoa, empregado ou empresário, conta hoje com muitas fontes de informações públicas que ajudam a antever tendências, e que dão a possibilidade de se preparar melhor para enfrentá-las. Vejamos o exemplo da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), publicado periodicamente pela Fecomércio-PR. Em sua última divulgação realizada em outubro passado, já havia uma clara sinalização de que as famílias curitibanas vinham refreando seu consumo ao longo do ano, o que acabou se confirmando nas compras de Natal.

Como é apurado e a que se propõe o ICF?

Trata-se de uma pesquisa periódica realizada junto a 500 famílias curitibanas no mínimo, que se traduz em um índice capaz de medir a avaliação que os consumidores fazem a respeito de sua economia familiar. Por se basear no ponto de vista dos consumidores, torna-se uma ferramenta muito útil para se antecipar a tendências de consumo, servindo a empresários, executivos e todo profissional que contribui para a realização de negócios em sua empresa. Estão incluídos sete itens de avaliação, o que torna a pesquisa bastante abrangente. São investigados a situação de emprego e perspectiva profissional, o nível de renda e o acesso a crédito, nível de consumo e suas perspectivas no curto prazo, e a oportunidade de compra de bens duráveis.

A tendência do ICF

Ao longo do último ano, o ICF vinha mostrando clara tendência de queda. O índice atingiu 132,3 pontos em outubro de 2014, acumulando queda de 10,4% em comparação a outubro de 2013, quando estava em 147,6 pontos. A queda foi ainda mais acentuada para famílias com faixa de renda acima de dez salários mínimos, chegando a cair 15,8% no mesmo período. Isso mostra uma queda na intenção de consumo das famílias para os períodos seguintes.

As motivações para tendência de queda do ICF

Olhando os sete itens investigados na pesquisa no período entre agosto e outubro de 2014, percebe-se a tendência de queda na satisfação com o emprego atual, no acesso ao crédito, na avaliação do nível de consumo atual e na sua perspectiva de curto prazo, bem como no item de avaliação de oportunidade de compra de bens duráveis. Mesmo com a queda no índice referente à satisfação com o emprego, a pesquisa mostra que 51,1% dos entrevistados sentem-se mais seguros em seu emprego atual. Apesar disso, não possuem perspectiva de melhoria profissional no curto prazo, o que foi declarado por 45,5% dos entrevistados, contra 42,4% que disseram contar com alguma melhoria.

Para quem quiser se aprofundar na pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias da Fecomércio-PR, basta entrar no site da federação e acessar a área de pesquisas. Essa é uma boa prática, que pode fazer a diferença em suas decisões de negócio e no seu sucesso.

Sandro Gomes é sócio-diretor da CrossVision – Consultoria e Assessoria em Gestão de Negócios e Marketing

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