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Você deve estar aí pensando: que tipo de título é esse! Estaria ainda mais chocado se a versão original tivesse sido mantida, onde no lugar do ponto de interrogação estava o de exclamação. Diante do que estamos presenciando nos noticiários, com escândalos de corrupção nunca antes vistos na história desse país, é natural que muitos de nós se façam essa pergunta. Afinal, todos trabalhamos de sol a sol e o que nos resta é pagar impostos, contas e dívidas, enquanto bandidos do colarinho branco enriquecem com quantias tão vultosas que fogem à compreensão. Porém, só o fato de ver grandes ex-executivos, que à época recente em que ainda ocupavam seus cargos deviam parecer austeros e honrados homens de negócio, sendo algemados e levados à carceragem, já provoca a reflexão aqui proposta.

O mundo dos negócios na discussão da corrupção

O povo está saindo às ruas e a discussão é essencialmente política, sobre a conduta dos poderes do governo e de seus líderes políticos, como se na corrupção houvesse apenas um lado. Mas há o lado do corruptor e o do corrompido. Por isso, o mundo dos negócios está também no olho do furacão e não pode fugir a essa discussão.

Os honrados executivos de nosso país, que protagonizam ou se submetem a situações de corrupção, seja na relação com empresas e órgãos públicos, ou mesmo nas relações de negócio dentro da iniciativa privada, prestam um desserviço à sociedade, com o mau exemplo de um comportamento antiético, criminoso e condenável. Eles dão o mau exemplo às suas equipes, onde futuros líderes estão sendo formados, e também a fornecedores e clientes, com a contaminação de pensamentos e práticas perniciosas do tipo: “...para fazer negócio no Brasil é assim!”, ou ainda “...não se faz omelete sem quebrar os ovos, para ter sucesso tem que agir desse jeito!”.

  • O mundo dos negócios está também no olho do furacão e não pode fugir a essa discussão sobre ética e corrupção.
  • O poder de influência, decisão e ação das empresas são incisivos nesse tema e podem mudar a dinâmica da corrupção.
  • Dentro de nossas empresas é preciso estabelecer valores alinhados com as práticas empresariais, que estejam voltados à ética nos negócios, simplesmente por que isso é o certo a fazer.

Não! Mil vezes não! É preciso que seja incluída na pauta das discussões a ética nos negócios! Estamos diante de uma janela de oportunidade excelente para mudar o ranço histórico, onde o povo já se manifestou que não tolera mais corrupção, e a classe empresarial precisa também se manifestar com a mesma veemência. Com a diferença de que possui um poder de influência, decisão e ação ainda mais incisivos nesse tema.

Ética nos negócios

É possível pensar em diversas justificativas para a discussão e a prática da ética nos negócios. É tentador começar por elencar vantagens que o comportamento ético traz consigo, como mais estabilidade nas relações comerciais, experiências positivas de compra e venda, aumento de confiança e reciprocidade e mesmo o fato de evitar escândalos.

Isso tudo é válido, entretanto, é preciso ir mais fundo e focar no essencial: simplesmente porque é o certo! É a única, autêntica e correta maneira de agir para garantir a vida em sociedade, em suas aspirações de justiça e bem comum. Não nos deixemos levar pelo relativismo, que em algum momento irá corroer o pensamento ético. Dentro de nossas empresas é preciso estabelecer valores alinhados com as práticas empresariais, que estejam voltados à ética nos negócios, simplesmente porque isso é o certo a fazer.

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