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Ao parar para escrever a primeira coluna Talento em Pauta de 2011, busquei um te­­ma significativo que refletisse algo realmente relevante para o futuro do mercado de trabalho e para os profissionais com os quais lido diariamente. Acabei me lembrando da interessante história de Pedro, um executivo bem sucedido que cresceu por seu próprio esforço, mas também com muita ajuda de seus empregadores.

Pedro teve a felicidade de ainda jovem ingressar numa empresa que se preocupava com o desenvolvimento intelectual de seus funcionários. Sabendo da importância de ter os profissionais mais inteligentes, mais criativos, mais inovadores e mais ousados do mercado, Ricardo, o dono da empresa, fazia questão de sempre investir fortemente na capacitação de todos os seus colaboradores, desde os que ocupavam cargos mais operacionais, até aqueles que dirigiam a empresa, ao seu lado.

Para isso, implementou um programa de bolsas de estudo, baseado no tempo de casa e no salário de cada colaborador. Lá, não tinha essa história de quem ganha bem, cresce... quem não ganha tão bem, continuará para sempre onde está. Pelo contrário, Ricardo fazia questão que todos crescessem, pois sabia que quanto melhor capacitasse seus colaboradores, melhores resultados teria. E, foi através dessa consciência admirável de Ricardo, que Pedro foi conquistando o exímio currículo que tem hoje.

Ao entrar na empresa, o jovem assumiu o posto de motoboy, quando pôde conhecer de perto a rotina administrativa daquela empresa que, depois de um tempo, aprendeu a admirar de verdade. De­­monstrando interesse em crescer na área financeira/administrativa, recebeu a oferta do custeio de 30% das mensalidades de um bom curso de administração. Em meados do curso, o jovem deixou de ser motoboy para se tornar um trainee junto aos profissionais que antes lhe enchiam de documentos para levar e trazer a clientes e fornecedores. Em princípio, estranhou a mudança das atividades, mas, em muito pouco tempo, acostumou-se com a nova rotina que o acompanharia por muitos anos de sua vida.

Foram muitos anos trabalhando para aquela empresa. Para ser mais preciso, 34 anos dedicados a uma única corporação. Durante sua caminhada, Pedro passou por praticamente todos os setores, fazendo parte inclusive da área comercial e marketing. Praticou por diversas vezes programas de job rotation, e ajudou a implementar uma unidade da empresa fora do Brasil, onde conquistou sua primeira liderança de relevância.

A gratidão de Pedro só não era maior que o orgulho que sentia ao falar que fazia parte daquela organização. O competente executivo sempre reconheceu a importância de Ricardo em seu desenvolvimento profissional. Fora ele quem iniciou tudo isso, ofertando aquela bolsa de estudos, sem a qual, talvez, Pedro não tivesse conquistado metade das coisas que conquistou. E, claro, a influência da empresa em sua caminhada não parou por ali. Foram muitos cursos ofertados a ele e colegas de área, e mais três bolsas em especializações, uma, inclusive, fora do Brasil. Sem contar nos custeio integral de línguas estrangeiras, o que, sinceramente, rendeu a Pedro a possibilidade de gerir a equipe da Unidade Internacional da corporação.

Hoje, 34 anos depois de assinar sua carteira como motoboy daquela empresa, Pedro assumiu a Diretoria Executiva do grupo. E, convenhamos, não estou falando de uma empresa qualquer não... não cito nomes, mas refiro-me a uma empresa de renome internacional. Não tenho dúvida que Pedro leva em seu sobrenome o nome da empresa. Ele não é o Pedro Silva, mas sim o Pedro daquela empresa. E, o que considero mais interessante nessa história foi a cumplicidade que ambos criaram entre si (empresa – colaborador). Pedro assume responsabilidades realmente sérias pela empresa, assim como a companhia o respalda em momentos importantes da sua jornada.

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