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O título do artigo de hoje certamente é um bocado curioso, mas é que um caso recente me fez lembrar a velha máxima da "Casa da mãe Joana", onde pessoas entram, saem e fazem o que querem lá dentro.

Mateus era um jovem pupilo estudante de Administração e aspirante a futuro presidente da companhia que seu pai havia fundado há quase três décadas: um conglomerado de empresas ligadas ao ramo educacional. Na cartela de produtos e serviços havia ensino superior, especializações, material didático, além um nome a zelar no mercado.

Mateus, aluno astuto e carismático, decidiu fazer um job rotation na empresa do pai, a fim de conhecer todos os setores e profissionais. Passaram-se alguns meses e o jovem reparou que no setor operacional e de compra e venda de material didático havia algo errado. Decidiu apurar a origem do problema com o setor de Recursos Humanos – aparentemente eles teriam alguma resposta. Lá constatou que os funcionários que entravam, não mais que quatro meses duravam, e logo pediam demissão.

A rotatividade de profissionais no setor estava alta, a troca de gestores era constante e os treinamentos, feitos para receber e introduzir os novos colaboradores às tradicionais práticas e políticas da empresa, eram feitos por pessoas que mal tinham entrado na casa.

Foi aí que Mateus decidiu me procurar, após assistir a uma participação na televisão. No café de uma hora e meia que tomamos, apontei uma série de fatores que poderiam estar comprometendo a integridade moral da empresa internamente e no mercado, além de relações diretas entre a satisfação dos funcionários e o seu tempo de permanência na empresa. Afinal de contas, quem gosta de seu trabalho, quer continuar nele e crescer junto com a empresa, certo?

Continuando, Mateus constatou que os equipamentos de trabalho estavam ultrapassados, o quadro de funcionários era enxuto demais e não havia estrutura organizacional definida para auxiliar e esclarecer aos profissionais que projeções de carreira poderiam traçar lá dentro. Além disso, muitas contratações estavam sendo feitas equivocadamente, no desespero de preencher o espaço que havia ficado aberto com a saída do último colaborador.

Após tantas constatações – e tanto trabalho a ser feito –, o rapaz, que tinha um profissionalismo acima do comum apesar da idade, traçou um plano junto com a experiência do pai para tirar a empresa daquela situação.

Investimentos foram feitos nos locais certos, a definição do quadro de funcionários ficou bem mais específica e clara, os novos profissionais foram criteriosamente selecionados e uma pesquisa de clima interno também foi realizada – a fim de apontar outros problemas que não estivessem sob a visão da presidência.

O resultado prático de todas essas mudanças e investimentos, apesar de terem custado muito ao grupo em um primeiro momento, foram visivelmente notadas pelo corpo diretivo e pelos colaboradores em poucos meses.

Como na história de Mateus, a rotatividade alta de colaboradores nas empresas esconde uma série de problemas. Situa­ções como essa começam a colocar a moral interna da empresa em xeque silenciosa e perigosamente. Em contrapartida, a constatação e reparo dos causadores desse fenômeno nada mais são que o puro planejamento e análise estratégicos da corporação. Para saber quais são os ou­­tros fatores que provocam esse conflito na empresa, leia a Colu­na Talento em Pauta desta terça-feira. Até lá!

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