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Sempre que o fim do ano se aproxima, acabo me lembrando de situações curiosas que presenciei ao longo de anos como Head­­hunter. Sou curioso por natureza e sempre que encontro conhecidos (ou desconhecidos), interesso-me em conhecer suas histórias. As pessoas são ricas em experiências diferentes das nossas e se nos dermos a chance de conhecer a história de cada um, damo-nos a oportunidade de enriquecer juntos.

Foi num desses bate-papos que Gilberto me contou uma situação pela qual passou, que fez com que ele aprendesse a não repetir o mesmo erro. Havia apenas um mês que o administrador tinha entrado na empresa e logo que entrou recebeu o convite para a festa de fim de ano que seria dali a duas semanas. Super ansioso em conhecer a todos da empresa, o jovem viu aquela festa como uma excelente oportunidade de se aproximar de profissionais de outras áreas da empresa, com os quais ainda não tinha contato.

Chegando à festa, foi logo pegando um chope para se soltar e, com isso, conseguir se enturmar mais facilmente. Segundo Gilberto, ele nem precisava disso, já que é uma pessoa extrovertida. Mas, como todos estavam bebendo, achou por bem acompanhar a turma. Bebericou uma ou duas canecas de cerveja e, logo que começou a contar umas piadas numa roda de homens, foi convidado a tomar um copo de whisky. Apesar de não apreciar muito a bebida, aceitou para não fazer desfeita.

No terceiro copo, já alegrinho, percebeu que deveria parar de tomar, senão correria o risco de começar a dar vexame. Cons­­ciente disso, agarrou-se num copo de água e foi se hidratando o quanto pôde. Porém, antes de ir para o segundo copo de água, foi convidado por uma colega de área para tomar uma caipirinha. Não querendo negar o convite, ajudou a moça a preparar a bebida e pôs-se a bebericar caipirinha atrás de caipirinha.

Envergonhado, mas ao mesmo tempo rindo de seu próprio erro, Gilberto me contou que a essa altura ele não conseguia mais responder por si. Falava alto, fazia piadas constrangedoras com os colegas e dançava ao som do samba que tocava no local. Ele me contou que, na verdade, tinha consciência que não podia agir de tal maneira. Mas, infelizmente, não conseguia controlar o impulso de fazer e falar tais coisas. Desta forma, aos poucos, percebeu que foi se tornando o centro das atenções e que, em poucos minutos, havia se formado uma roda a sua volta, com colegas de todas as áreas querendo ouvir suas piadas.

O estrago foi ainda maior alguns dias depois da festa. Segundo ele, com o episódio das piadas, ganhou vários apelidinhos diferentes. Uns engraçados, outros não tão bons para sua imagem pessoal e profissional. E, o que ele mais queria, que era se aproximar das pessoas que ainda não conhecia, acabou não acontecendo como gostaria. De acordo com o jovem, ele conseguiu apenas fortalecer vínculos com quem já conhecia. Porém, aqueles que não sabiam de seu verdadeiro jeito de ser ficaram com uma impressão errada a respeito do moço.

Triste com sua má conduta, Gilberto demorou algum tempo para desfazer a má impressão que deixou nos colegas. Segundo ele, foram meses e meses até provar que ele era, sim, uma pessoa brincalhona, o que era diferente de ser debochado e inconveniente, como algumas pessoas acharam que ele fosse.

Essa foi a primeira e última vez que Gilberto bebeu em uma festa corporativa. Segundo ele, a partir desse dia, passou até a discordar das festas corporativas que servem bebidas, afinal, até quem sabe se controlar acaba correndo o risco de passar dos limites em situações como essas.

Hoje, quase cinco anos após o episódio, Gilberto é um dos que tomam decisões na empresa, até mesmo fazendo parte da comissão que organiza festas. Foi dele a ideia, inclusive, de não servir bebidas alcoólicas nessas festas, já que o intuito ali é fazer com que todos estejam bem para festejar mais um ano de conquistas e sucesso.

Mande sua história para coluna@debernt.com.br e siga twitter/bentschev.

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