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Se tem uma coisa que vejo acontecer ano após ano e que me deixa indignado é a falta de planejamento para as férias de muitos profissionais. Conheço, inclusive, uma moça que todos os anos se esquece de se planejar, fazendo com que seu retorno à empresa seja sempre muito tumultuado.

Sabrina é uma moça altamente competente e não tenho nenhuma dúvida sobre sua eficácia. Porém, todos os anos é a mesma coisa. Perto das férias, a moça fica tão entretida com os preparativos de viagem, planejamento de atividades, pesquisa sobre os melhores pontos turísticos a serem visitados etc que ela sequer se lembra de adiantar suas atividades para os dias em que estará fora.

Certa vez, presenciei a moça quase se descabelando para resolver um pepino daqueles. Acontece que, antes de viajar, ela tocava um projeto importante que tinha prazo para ser fechado, caso contrário iria por água abaixo. Antes de viajar, porém, a moça deixou o projeto um pouco de lado, preocupando-se com as questões que envolviam seu passeio. Ao sair de férias, consequentemente, o projeto ficou inacabado, passando totalmente despercebido pela moça.

Um mês depois, quando voltou ao escritório, sua caixa de e-mails estava lotada com cobranças de todos os tipos, desde mensagens mais contidas até algumas mais ameaçadoras. O prazo para o projeto havia expirado e, envolvida pelo clima de férias, ela nem se lembrou disso, tomando conhecimento apenas ao ver aqueles e-mails. Sabrina ficou desesperada sem saber o que fazer. No escritório, corria de um lado para o outro, atordoada. Isso, sem contar a infinidade de outras coisas para resolver que ela havia acumulado. Após esfriar a cabeça, pôs-se a fazer ligações, uma atrás da outra, na tentativa de resolver as questões pendentes. O resultado foi desastroso. Alguns clientes haviam desistido, outros simplesmente não atendiam Sabrina e o cliente do grande projeto em questão havia cancelado não só aquele, mas outros projetos que estavam sob a responsabilidade de outras pessoas na empresa.

Chamei a moça para uma conversa e a fiz entender a gravidade de seus atos. Férias são importantes, sim, mas os clientes sempre vêm em primeiro lugar. Ao se aproximar de sua folga ela deveria, no mínimo, ter preparado alguém para substituí-la nos dias de sua ausência. Alguém que tivesse capacidade de resolver imprevistos e que a representaria bem em qualquer situação. Mostrei, também, a importância de adiantar seus projetos, deixando os mais dependentes dela prontos ou, pelo menos, encaminhados.

No princípio da conversa, a moça tentou se esquivar da responsabilidade, ressaltando a existência de outras pessoas desempenhando a mesma função que ela e a passividade desses colegas diante da situação. Porém, insisti que a culpa não era deles. Sem saber o que acontecia, eles simplesmente ficavam de mãos atadas. O erro foi, sem dúvida, de Sabrina, que ignorou a importância do projeto, deixando para resolver quando voltasse de férias.

Conversei, inclusive, sobre sua atitude errada em usar os horários de trabalho para consultar preços de passagens, hoteis e guias turísticos. Usar esse espaço para resolver esses assuntos pessoais não é certo, mas o mais grave, sem dúvida, era deixar que isso interferisse em seu desempenho. Após algum tempo, ela parecia estar convencida de sua falha, prometendo evitar situações semelhantes novamente.

Mande sua história para coluna@debernt.com.br e siga-me no twitter: @bentschev.

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